Confesso que fiquei impressionado com esse cidadão Barra Torres, presidente da Anvisa e, fora dela, contra almirante da Marinha Brasileira. O cidadão foi de uma franqueza tão grande na CPI da Covid que, depois dele, voltei a acreditar nesse Brasil tão desmoralizado.
Seguro, sincero, corajoso, Barra Torres desmontou a farsa montada por Bolsonaro em torno da cloroquina e ainda se deu ao desfrute de criticar publicamente o presidento ao discordar das suas aparições de cara limpa e cuspe saindo.
Ele confirmou que no início da pandemia houve uma reunião, no Palácio do Planalto, para discutir uma mudança na bula da cloroquina. Disse que não concorda com uso de cloroquina no suposto tratamento precoce do vírus. Defendeu o uso de máscaras e testagem em massa, e afirmou que falas de Bolsonaro sobre vacinas atrapalham o combate à pandemia.
Disse estar arrependido de ter aparecido ao lado de Bolsonaro em manifestação antidemocrática. O ato ocorreu em março de 2020. Considerou “inadequado” o passeio de moto feito pelo presidente no último domingo. E deu em Bolsonaro uma cutucada que ele jamais esquecerá: “No meio militar o que causa mais irritação é o cidadão que quer ser algo que não é”.
Fiquei sabendo que Bolsonaro bufou de raiva, esperneou, nem discursar conseguiu na solenidade acontecida na parte da tarde em Palácio, quando ele esperava faturar em cima dos desesperados e famintos da pandemia.
Barra Torres, guardem esse nome.
3 Comentários
Uma pena que não perguntaram
para ele se tem conhecjmento da
ligação da ” assessora informal” do
Bolsonaro, para assuntos “cloroquinianos” com o médico
ucraniano, radicado nos Estados
Unidos, defensor da cloroquina, e
que virou assessor do Trump,
o Dr. Vladimir Zelenko.
Hoje, o bravateiro Wajngarten corre o sério risco de sair preso da CPI. Como disse o senador Aziz, ele se convidou para ir à comissão quando deu entrevista à Veja afirmando que havia sido o responsável pela negociação para comprar as vacinas da Pfizer porque os “incompetentes do Ministério da Saúde” (palavras do ex-secretário à revista) não se interessaram. No depoimento, tenta se esquivar das questões levantadas pelos senadores, na tentativa inútil de proteger o presidento, além de levar diversas reprimendas do senador Omar Aziz, presidente da comissão. Numa tentativa de ironizar os senadores, foi alertado pelo advogado e, imediatamente, bateu o pino. Desde a CPI de PC Farias, não tinha notícia de uma comissão parlamentar tão quente.
faltou culhões e sobraram mentiras!