▶ Diante da crise política em que virou protagonista, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, fez um desabafo para interlocutores próximos e demonstrou profundo arrependimento em ter trabalhado ativamente pela eleição do presidente Jair Bolsonaro.
“Preciso pedir desculpas ao Brasil por ter viabilizado a candidatura de Bolsonaro. Nunca imaginei que ele seria um presidente tão fraco”, disse Bebianno para um aliado, numa referência à influência dos filhos do presidente no rumos do governo, especialmente o vereador Carlos Bolsonaro.
Nessas mesmas conversas, Bebianno demonstra preocupação com o efeito desse protagonismo familiar nas decisões do país. E reconhece que o governo Bolsonaro precisa descer do palanque para administrar o Executivo.
Para aliados de Bebianno, também causou contrariedade o movimento da família Bolsonaro para sacramentar a saída do ministro do governo. No momento em que vários aliados trabalhavam na sexta-feira (15) para baixar a temperatura, contornar a crise e manter Bebianno, integrantes da família do presidente vazaram para a imprensa que o pai havia demitido o ministro, para tornar a queda um fato consumado, sem chance de mudança .
4 Comentários
Espião do PT infiltrado no governo do nosso Mito. FORA !!!!!
Fala para esse cidadão se não fosse ele seria outro, o povo não votou em Bolsonaro e sim, contra a maldita esquerda Petista. Político nenhum faz nada mesmo, então, só em ter derrotado o candidato do PT já me dou por satisfeito. Não tenho bandido de estimação, se Bolsonaro errar que sofra Impeachment, e deixa o General Mourão assumir.
Da última vez em que o filho de um presidente da República se meteu em assuntos de governo o pai acabou em um caixão
por Carlos Cleto, especial para o Viomundo
17/02/2019 – 17h22
O governo Bolsonaro mal começou, mas já mostra uma característica muito perigosa: o envolvimento dos filhos do presidente em questões de governo.
Além de inconstitucional, essa anomalia é politicamente explosiva.
É bom lembrar que da última vez em que o filho de um presidente da República se meteu em assuntos de governo o pai acabou em um caixão.
Refiro-me a Getúlio Vargas e ao “Crime da Rua Tonelero’’, que deflagrou a crise que acabou levando Getúlio ao túmulo, em 24 de agosto de 1954.
O jornalista Carlos Lacerda, um dos principais opositores do governo Vargas, tinha lançado sua candidatura a deputado federal pela UDN.
Através de seu jornal, a Tribuna da Imprensa, Lacerda promovia uma incessante campanha de desmoralização do presidente, marcada por ataques pessoais a Getúlio e aos seus familiares.
Em uma coisa, Lacerda tinha razão…
Getúlio não sabia conter seu filho Luthero Vargas e seu irmão Benjamin Vargas, o Bejo; os dois viviam dando problemas.
Osvaldo Aranha, outro gauchão, já tinha dito: “se não for pela trela, que seja pelo relho; mas o Presidente precisa controlar esses dois”.
Getúlio não controlou, e o fim da história é esse que estamos contando.
Como Lacerda colecionava inimigos, um grupo de simpatizantes, oficiais de Aeronáutica, decidiu fazer sua segurança durante seus comícios.
Na madrugada de 5 de agosto de 1954, ao voltar de um comício, Lacerda sofreu um atentado na entrada do edifício, onde morava: o Albervânia, Rua Toneleros 180, Copacabana, Rio de Janeiro.
O jornalista foi ferido no pé, mas o major-aviador Rubens Vaz, que naquele dia lhe dava proteção, foi morto.
Lacerda imediatamente acusou o presidente Getúlio Vargas de ser o mandante do atentado de que fora vítima e que acabara provocando a morte do oficial.
Nesse dia, Lacerda escreveu na Tribuna da Imprensa:
“… perante Deus, acusou um só homem como responsável por esse crime. É o protetor dos ladrões, cuja impunidade lhes dá audácia para atos como os desta noite. Êsse [na época, tinha circunflexo] homem chama-se Getúlio Vargas’’.
Como a placa do táxi em que fugira o autor dos disparos havia sido anotada, foi possível identificar o motorista: Nelson Raimundo de Sousa.
Edição extra de O Globo que saiu no dia do atentado, 5 de agosto, já dizia que o taxista envolvido no crime servia habitualmente ao Palácio do Catete.
A partir do depoimento do motorista, em 7 de agosto, a crise político-militar, até então apenas delineada, se agravou.
O motorista admitiu que o autor do atentado havia fugido em seu táxi e acusou Climério Euribes de Almeida, membro da guarda pessoal de Getúlio, de envolvimento no episódio.
A essa altura, Getúlio disse “os tiros da Rua Tonelero me acertaram pelas costas”.
Como o major assassinado pertencia à Aeronáutica, no dia 12 de agosto, o ministro da pasta, Nero Moura, autorizou a instauração de um Inquérito Policial Militar, que trouxe as investigações em curso para a Base Aérea do Galeão.
Pelo desembaraço e autonomia com que passou a atuar na condução do inquérito, passou a ser chamada de “República do Galeão”.
As investigações chegaram ao “Anjo Negro” de Getúlio, Gregório Fortunato, “cão fiel” da família Vargas.
O problema é que se sabia que Gregório jamais agiria por iniciativa própria: se promoveu o atentado, foi porque alguém acima mandou!
Em 23 de agosto de 1954, o jornal O Globo revelou que a polícia havia fechado o cerco, e os pistoleiros do Crime da Toneleros entregaram que os mandantes seriam Luthero e Bejo, filho e irmão de Getúlio.
Tancredo Neves, então ministro da Justiça de Getúlio, levou-lhe a notícia que ambos seriam presos no dia seguinte.
Getúlio meteu uma bala no peito.
Por culpa do filho doido e do irmão 15 anos mais novo, quase um filho, igualmente doido.
Tião. Sou muito autentico, sou seu amigo anonimo, certo. Porque discordo de um posicionamento seu, Aí você não presta mais?