A cidade de Cacimba de Areia mereceu manchetes após transformar o conhecido “Beco da Bufa” em patrimônio imaterial do município, com direito a publicação no Diário Oficial e placa de identificação “apregada” na esquina da rua para orientar quem chega e quem vive lá.
O prefeito da cidade deve estar nas nuvens com tamanha criatividade, já que até agora ninguém tinha valorizado tão prestimosa dilação orgânica transformada em vento suave a sair pelo bichinho escondido que todos carregamos no final da espinha dorsal.
Mas afinal, o que é a bufa?
Segundo o dicionário, “é uma ventosidade sem ruído expelida pelo ânus”.
Enquanto o peido é sonoro e já foi chamado de “lamento de um cu apaixonado”, a bufa é traiçoeira, sai de mansinho e, o que é mais terrível, fede. O peido pode até feder, mas a bufa fede que só a mulesta dos cachorros.
Meu pai contava que no seu tempo de rapaz os trabalhadores de um eito foram dormir numa sala da casa grande e todos se cobriram com um mesmo lençol. No meio da noite alguém soltou uma bufa e o vizinho do bufante acordou na manhã seguinte com o beiço inchado.
Miguelzinho se juntava com Paulo Antas e outros colegas de meninice na Rua do Cancão em Princesa para disputar quem bufava mais podre. Não há registro de vitorioso, a turma caprichava e empatava.
Por isso aplsusos para o prefeito de Cacimba de Areia. O seu beco da bufa vai ganhar visitantes, pode atrair até bufeiros de outras plagas para lá depositarem seus “perfumes”. E assim a cidade há de crescer e competir em pé de igualdade com outras que também fedem com bufa ou sem bufa.
3 Comentários
Eu nunca gostei dessa palavra “bufa”. Agora, um peido bem pronunciado! Esse , sim A gente ignora até uma catinguinha .
O peido é bom toda hora,
sem peido não há quem passe
a criança quando nasce, tanto peida quanto chora,
um peido ao romper da aurora
eu não troco por ninguém
tem noites que solto cem
peidos grandes e pequenos
já conheço mais ou menos o valor que o peido tem.
Já pode competir com Recife e Paris.