Fiquei sabendo esta semana que Biu Ramos estava doente e que seu estado era grave. Internado no hospital de Italo Kumamoto para tratar uma pneumonia, foi transferido para a UTI porque a doença começou a dominá-lo.
Eu, sinceramente, achava que ele sairia do hospital.
Biu Ramos sempre brincou com as chamadas situações difíceis.
Sempre enfrentou sem medo guerras e ameaças.
Nunca se dobrou e conseguiu o milagre de ficar velho sem deixar o batente.
Minto, deixou. Não acompanhou a internet, o que foi uma pena.
Seus textos ainda hoje são inimitáveis.
Seus livros – e eu os tenho todos -, perpetuaram verdades. E até os amenos, os de lembranças da vida de jornal, têm um sabor diferente daqueles similares cheios de louvaminhas.
Mas eu vim aqui para noticiar a morte de Severino Ramos.
O Biu.
Menino nascido e criado nos canaviais de Santa Rita, preto e aleijado, saiu de lá para brilhar na ribalta da imprensa.
Foi colunista, editor, diretor, apresentador, escritor, presidente da API e, se não entrou para a Academia Paraibana de Letras, não foi por falta de méritos.
Os chamados imortais da APL devem esta explicação à Paraíba.
Dizer que senti muito é chover no molhado. Estou chocado. Já tomei duas lapadas em sua homenagem. Foi preciso fazer isso para criar coragem e vir até aqui falar dele .
A fila andou de novo.
O difícil é saber de quem é a próxima senha.
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