opinião

Breves palavras sobre “Perdição”, de Tião Lucena

13 de agosto de 2023

Paulo Emmanuel Rodrigues
É muito difícil ser um bom contador de causos e anedotas. Ainda mais difícil é saber contá-las por escrito, obedecendo aos ditames da narrativa e às normas gramaticais.
No Brasil tivemos poucos com essa verve, a exemplo de Millôr Fernandes, Sebastião Néri, Álvaro Moreyra, Fernando Sabino e algumas raridades, dentre as quais incluo os paraibaníssimos José Cavalcanti, Biu Ramos, Anco Márcio e, também, Sebastião Lucena.
Tião sabe o ponto certo da piada, tem um tempero que evita a sensaboria, apimentando a história na hora mais oportuna, não deixando o caldo entornar.
Desde adolescente me deleito com  as tiradas de Tião, quando ele, na década de 1990, se deixava publicar pelo jornal Correio da Paraíba.
O livro que ora me delicia trata da fictícia “Perdição”, burgo que tinha por valores maiores a honra e a palavra empenhada, alheia ao governo e ao Estado de Direito.
José Lins do Rego nunca deixou de ser o menino de engenho. Sebastião Lucena é sempre o menino de Princesa Isabel.
O princesense Tião na infância deve ter ouvido muita história de valentia, de loucura e de amor  sob o luar do sertão caboclo.
Tião, assim como Fernando Sabino, “nasceu homem, mas vai morrer menino”.

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