Um calor esbaforido igual a esse eu nunca vi. É quentura pra mais do contrato. Até pra respirar dá trabalho. O aparelho de ar condicionado só faz zoada, mas não consegue botar vento frio dentro de casa. No final do mês, a conta vai ser uma beleuza de creuza como diz Geordim Tampa de Furico.
E não é só em João Pessoa.
Em Bananeiras até queimadas eu vi. Logo em Bananeiras, apelidada de Suiça pelos apaixonados bananeirados.
Ontem eu tive que abrir as janelas do quarto e ligar o ventilador.
Deveria ter feito como Roberto Paulino, que botou ar condicionado na casa dele. O gordinho de Guarabira deve ter adivinhado que um dia Bananeiras ficaria quente.
E olhem que Bananeiras me fazia usar a pinça na hora de mijar.
Conta Aledson Moura, o vice de Princesa, que lá na terra do coronel o calor está tão forte, mas tão forte, que tem gente usando pasta d`água para curar as assaduras.
Marçalzinho Lima viu quando Zefa do Muçambê exibiu as partes para Bosco de Licinha analisar as profundidades das assaduras.
Meu pai contava, nos antanhos, que o mundo acabaria uma segunda vez pelo fogo. No tempo do velho Noé acabou-se com o dilúvio. Agora seria com fogo. E papai não costumava mentir.
Estamos a ver.
O calor, as queimadas, o mato seco, a boca rachada, os bichos morrendo, os carros pipas roncando seus motores, o governo novo dizendo que não bota água na casa do povo pobre do Nordeste, tudo feio e ficando horroroso, são sintomas do apocalipse.
Bem fez Zé de Adauto ao construir aquele terraço fundiário no quintal da casa dele. Um terraço de primeiro andar que permitirá ao dono um voo para o espaço na hora que o fogo se espalhar por Oropa, França e Bahia.
E para não dizer que não falei das flores, vou parar por aqui e tomar um banho. A inhaca se faz sentir no Funcionários II.
1 Comentário
Tião, lá em Conceição a galinha já bota o ovo cozido.