Quem escuta o senador Cássio Cunha Lima censurando o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba por não julgar, como ele quer, as ações contra o governador Ricardo Coutinho, certamente estranha seu profundo silêncio diante da morosidade eterna que cerca o julgamento do inquérito 3404, adormecido numa gaveta do Supremo Tribunal Federal desde a década passada.
Esse inquérito, que nem virou processo ainda, apura o envolvimento de Cássio naquele famoso caso do dinheiro voador, quando a Polícia Federal invadiu o bunker do então candidato à reeleição Cássio Cunha Lima na Avenida Epitácio Pessoa e seu principal assessor de campanha, para tentar se livrar do flagrante, jogou pela janela do Edifício Concorde uma mala cheia de dinheiro.
Só que a mala foi encontrada pela Polícia, que também encontrou, no escritório invadido, dinheiro aos montes, contas de luz e água e documentos que comprovam a compra de votos pelo então candidato à reeleição.
Pois o inquérito, que já chegou à maioridade, foi parcialmente analisado esta semana pela turma do STF, porém, após a ministra Rosa Weber, que é a relatora do feito, se pronunciar sobre um recurso interposto pelo acusado, teve que suspender o julgamento porque o ministro Alexandre de Morais pediu vistas.
Agora, só Deus sabe quando tudo vai recomeçar.
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