Não tem como esconder a dor de cotovelo dos bolsonaristas diante do sucesso do filme “Ainda Estamos Aqui”. Defensores intransigentes da tortura, do arbítrio e de toda ruindade que foi praticada pela chamada revolução de 64, os bolsonaristas queriam varrer a vergonha que tudo isso representou para debaixo do tapete. O filme não permitiu. E o mundo aplaudiu.
Daí a reação.
Até daqui da Paraíba partiu reação. Alguns personagens se manifestaram, teve até quem festejasse a não escolha de Fernanda Torres como melhor atriz, soube que, mesmo sendo paraibano do interior, um alguém previu que ela venceria assim que fossem contados os votos do Nordeste, numa clara demonstração de desprezo pela terra que o pariu.
Mas o filme ganhou, está consagrado, foi aplaudido em todas as partes do mundo, é campeão de bilheteria, é o Brasil brilhando e contrariando os adeptos do obscurantismo, os defensores da tortura, do assassinato de inocentes, os que querem a morte da democracia.
Quanto a mim, só resta sugerir o que se sugeria nas Princesas de antigamente:
“Chora, Pirrita, pra teu pai comprar pitomba!”
2 Comentários
Fernanda Torres, Nós Ainda Estamos Aqui
Brilhante texto do economista Adolfo Sachida, alertando uma outra injustiça que poderíamos resolver a contento e já, sem esperar 40 anos.
“Fernanda, nós abaixo assinados, pedidos que nas suas entrevistas corrija uma grave omissão do seu discurso de recipiente, o de alertar o mundo que a mesma coisa está ocorrendo conosco nesse momento.
Eu sou a viúva de Clezao, preso injustamente e morto na Papuda. Meu marido morreu como o seu, e você simplesmente o ignorou.
*Mas eu ainda estou aqui como você* .
Eu sou Débora, cabeleireira e mãe de dois filhos, que escreveu “Perdeu, Mané” com batom em uma estátua e fui condenada a 17 anos de prisão.
*Eu também ainda estou aqui* .
Eu sou o vendedor de algodão doce, que estava na Esplanada dos Ministérios trabalhando no dia 8 de janeiro e fui preso por engano.
*Eu também ainda estou aqui.*
Eu sou o morador de rua que pedia comida e também fui preso injustamente.
*Eu também ainda estou aqui* .
Eu sou o autista que trabalha em um lixão e que, por estar presente no dia 8 de janeiro, sou obrigado a usar tornozeleira eletrônica.
*Eu ainda estou aqui* .
Eu sou Felipe Martins, preso injustamente por seis meses por uma viagem que nunca fiz (e que, mesmo se tivesse feito, não seria crime).
*Eu ainda estou aqui* .
Eu sou a mãe de seis filhos e esposa de um caminhoneiro que viajou a Brasília para entregar mercadorias. Enquanto esperava o caminhão ser carregado, meu marido foi à Esplanada e hoje está condenado a mais de 15 anos de cadeia.
*Nós ainda estamos aqui* .
Eu sou uma menina de 3 anos. Eu sou um menino de 6. Somos crianças órfãs de pais vivos. Nossos pais nunca pegaram em armas, nunca cometeram crime algum, mas hoje estão condenados a mais de 15 anos de prisão.
*Nós ainda estamos aqui* .
Eu sou um brasileiro comum, que vê a classe artística e os jornalistas serem TIGRÃO com uma ditadura que acabou há 40 anos, mas TCHUTCHUCA diante dos desmandos que acontecem hoje no Brasil.
Eu ainda estou aqui.
Eu sou um advogado, chocado com o silêncio ensurdecedor da OAB diante de tantos absurdos jurídicos, condenações e penas desproporcionais.
Eu ainda estou aqui.
Eu sou um brasileiro comum, que hoje tem medo de escrever um texto na internet criticando uma autoridade pública, temendo ser preso por crimes que não existem.
*Todos nós ainda estamos aqui* .
Corrija essa falha solidária e do bem que você é. Não continue nos ignorando.”
Parabéns *Adolfo Sachida* por lembrar essa verdade.
AUGUSTO (do comentário defendendo os “inocentes” golpistas), sugiro procurar um psiquiatra. Aparentemente, você está em surto psicótico, negando a realidade factual. Cuide sua sua saúde mental, antes de perder ainda mais o prumo. Sem anistia!