Marcelo Piancó
Em dezembro o peito dói e me aperta
Vendo a folha mais cruel do calendário
Faço assim meu pagamento anuário
Mesmo vendo que a conta não tá certa
Quantas vezes eu deixei ferida aberta?
Tantas fui menos herói e mais otário
Cada tombo, serviu-me de calvário
Acendeu a luz vermelha como alerta
As cidades bem ornadas, tanta luz
Ofuscando o abandono e tanta cruz
Dos famintos que habitam viadutos
Engrossando os pedidos dos sem meia
Peço paz, amor, conforto, pão e ceia
Porque árvore de natal nunca deu frutos
MARCELO PIANCÓ.
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