Marcos Maivado Marinho
Para a vereadora Ivonete Ludgério, presidente da Câmara Municipal de Campina Grande, nunca uma assertiva popular – “não há mal que não traga um bem” – lhe caiu tão oportunamente como agora.
Acuada há meses pelo diminuto público que, à falta do que fazer, acorre às galerias do Legislativo municipal em dias de sessões ordinárias (terças, quartas e quintas), comumente para desaprovar a condução dos trabalhos, onde a relevância das proposituras é o que menos importa, a pandemia do Coronavírus apareceu para lhe dar uma sobrevida gerencial…
Desfrutando do divino aconchego do seu lar-doce-lar, Ivonete decretou em pleno domingo que a partir de agora só entra na Casa Félix Araújo vereador e parte de funcionários. Solenemente, ela mandou avisar aos jornalistas: “…o objetivo é evitar um grande número de pessoas no mesmo ambiente”.
Até suplente de vereador, raça que nos últimos sete anos foi privilegiada no Governo do Município, agora também só entra se tiver investido do mandato.
A presidente entende que não há mais necessidade de público nas galerias da Casa e nem nos corredores porque as sessões continuarão sendo transmitidas pela internet e todos poderão acompanhar o dia-a-dai legislativo sem nenhum prejuízo.
– “Vamos fazer as sessões normais, por enquanto sem público, já que elas já são transmitidas pela internet. Também vamos fazer uma alternância nos dias de trabalho dos funcionários para diminuir o contato entre eles”, explicou Ivonete informando que estuda ainda a possibilidade de dispensar do trabalho servidores que têm contato direto com idosos e com pessoas pertencentes aos grupos de risco.
O ato de Ivonete Ludgério não esclarece se a presença de jornalistas, integrantes do comitê de imprensa da Câmara, também estaria proibida.
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