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COURO DE TILÁPIA

25 de abril de 2019

Miguezim de Princesa
I
A Ciência não avança,
É precária a Medicina,
A saúde é um problema,
Há hospitais em ruína,
Mas o Brasil já criou
Novo couro de vagina.
II
É a pele da tilápia,
Peixe fácil de criar,
Que agora será usada
Para o  órgão recriar
Em cirurgias de trans
Que queiram mulher virar.
III
O homem nasce com um órgão
Que a mente não queria,
Botaram o nome de João
E o batizaram na pia,
Mas na cabeça ele achava
Que tinha nascido Sofia.
IV
Então começam os conflitos
De usar corpete e calcinha,
Vestido de seda e chita,
Combinação e sainha,
E segurando os cabelos
Com duas marias-chiquinhas.
V
O sujeito fala grosso,
Mas, pra poder falar fino,
Inicia um tratamento
Com hormônio feminino,
Cria peito, aumenta a bunda,
Engana até o malino.
VI
Falta, porém, um detalhe:
O pênis não serve mais,
Servia se o homem quisesse
Se portar como rapaz,
Mas ele prefere ser
Sofia ou Maria da Paz.
VII
Por isso fizeram a lei
Que garante esse direito:
Mesmo alguém que nasce homem
E tenha corpo perfeito,
Pode querer ser mulher
Com vagina, bunda e peito.
VIII
Pesquisadores gaúchos
Começaram a pesquisar
Como deveriam fazer,
Pois não podiam transplantar
Um órgão de uma mulher
Para botar no lugar.
IX
Analisando a textura
E também a consistência,
Viram a pele da tilápia
Como peça de excelência
E fizeram um experimento
Que encantou a ciência.
X
Colocaram no lugar
Que se fixou certinho:
Colado com zelo e brilho,
Ficou bem ajustadinho
E ainda tem a vantagem
De já ir com o cheirinho.

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