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Cristiane Brasil nada contra a maré no distrito da culpa

27 de outubro de 2021

Com bens indisponíveis e sem poder sair do distrito da culpa, conforme decisão da 26ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, a ex-deputada Cristiane Brasil tenta influenciar, de longe, a Convenção Nacional do PTB, que se realizará no próximo dia 15, em Brasília.

Filha rebelde de Roberto Jefferson, Cristiane questionou a decisão do pai de se licenciar por tempo indeterminado da Presidência do partido, passando o comando à vice-presidente nacional, Graciela Nienov.

Com a ideia de que o comando político partidário se dá por herança familiar, a ex-deputada não aceitou a liderança de Nienov e se juntou ao blogueiro Oswaldo Eustáquio e ao deputado estadual Antonio Albuquerque, de Alagoas, para tentar derrotar Roberto Jefferson.

Cristiane Brasil ficou com os bens indisponíveis após a deflagração da Operação Catarata, Operação do MP e da Polícia Civil que investiga contratos de assistência social de fundação estadual e da Prefeitura do Rio entre 2013 e 2018. Vinte e cinco pessoas foram denunciadas.

Em 2019, a força-tarefa prendeu sete pessoas suspeitas de fraudar licitações da Fundação Estadual Leão XIII, sob gestão da Secretaria de Educação do Rio, comandada por Pedro Fernandes.

Reportagem de Cláudia Loureiro, Henrique Coelho e Mahomed Saigg, G1 Rio e TV Globo, mostra que, com o aprofundamento das investigações na Leão XIII, o esquema incluiu órgãos da Prefeitura do Rio, chefiados por Cristiane Brasil – a Secretaria Municipal de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida e a Secretaria Municipal de Proteção à Pessoa com Deficiência.

Os contratos sob investigação, firmados entre 2013 e 2018, custaram quase R$ 120 milhões aos cofres públicos. O MPRJ afirma que sobre os serviços contratados eram cobradas vantagens indevidas que variaram de 5% a 25% do valor acertado.
O total desviado chegaria, segundo a denúncia, a R$ 30 milhões.

De musa da terceira idade, apelido que ganhou ao se declarar defensora dos velhinhos, Cristiane terminou acusada de desviar dinheiro destinado a programas sociais para idosos.

De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro, Cristiane Brasil – primeiro na condição de secretária municipal de Envelhecimento e Qualidade de Vida, depois como deputada federal – teria participado do esquema fraudulento, sendo que, em 2017, quando exercia o mandato no Congresso Nacional, teria mantido influência na execução de projetos sociais e contribuído para prorrogações contratuais e termos aditivos suspeitos. Em um dos contratos investigados, esses aditivos teriam superado o valor de R$ 20 milhões.

A ex-deputada foi denunciada pelos crimes de organização criminosa e corrupção ativa.

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