Acabei de ver uma cena filmada nas areias do Flamengo, do Rio. Nela, uma mocinha magra, só o couro e o osso, é empurrada por um policial gordo, que em seguida se vale do cassetete para bater no parente da moça que lhe tomou as dores.
Noutra cena, em outro local, um agente penitenciário saca a pistola para uma mãe de família que transportava os filhos menores da escola para casa. O motivo? A mulher bateu de leve na traseira do veículo do agente.
Fico a imaginar como vai ser quando todo mundo carregar um revólver ou uma pistola na cintura.
Não haverá mais bate boca. A coisa vai começar logo no tiro e quem for fraco que se mude.
Ainda na semana passada, enquanto esperava o sinal abrir perto do Retão de Manaíra, ouvi um motorista chamar o outro de filho da puta e desafiá-lo para uma briga. O outro não reagiu e a coisa ficou só naquilo. Mas eu me imaginei no meio do fogo cruzado, vendo a hora receber uma bala perdida em alguma parte do corpo.
Vão dizer: Mas foi liberado só a posse, o porte não. Ora, meu amigo, quem possui, porta. O brasileiro sempre deu um jeitinho pra tudo e não vai deixar de dar um jeitinho de carregar o revólver debaixo do banco do carro para utilizá-lo numa precisão justa ou numa briguinha de comadres.
Tomara que eu esteja errado. Tomara que tudo corra às mil maravilhas e que o país mergulhe num paraíso de paz. Tomara.
Embora eu não acredite nisso.
Sem Comentários