Destaques

Da Carta Capital: Associação do MP da Paraíba processará professor crítico da Operação Calvário

11 de novembro de 2020

Decisão atípica foi tomada em assembleia de procuradores na sexta-feira 6. ‘Tentam me intimidar’, rebate o acadêmico

Agassiz Almeida Filho, professor de Direito Constitucional. Foto: Arquivo pessoal

AGASSIZ ALMEIDA FILHO, PROFESSOR DE DIREITO CONSTITUCIONAL. FOTO: ARQUIVO PESSOAL

Em uma decisão atípica, a Associação Paraibana do Ministério Público decidiu processar Agassiz Almeida Filho, professor de Direito Constitucional da universidade estadual, por críticas à Operação Calvário, que investiga desvios na área de Saúde e tem sido acusada de abuso de poder e falhas processuais. A resolução de acionar Almeida Filho na Justiça foi tomada em uma assembleia na sexta-feira 6. A diretoria da associação informou a CartaCapital que os detalhes da reunião, os próximos passos e a fundamentação do processo só serão divulgados após a publicação da ata da assembleia, sem data definida. Em manifestações anteriores, integrantes do MP acusaram o acadêmico de provocar “danos coletivos” à imagem da instituiçã

Os procuradores começaram a cogitar a ação depois de vir a público um vídeo no qual Almeida Filho põe em dúvida a investigação da Calvário. Seu depoimento foi usado pela campanha de Ricardo Coutinho, do PSB, candidato à prefeitura de João Pessoa. Coutinho, ex-governador do estado, é o principal alvo da operação. Os promotores o acusam de montar um esquema de desvios de verbas na Saúde. A base da acusação são as delações premiadas de um empresário e de uma ex-secretária da administração pública. O pessebista nega os crimes e se diz vítima de uma perseguição com fins políticos. Em reportagem recente, CartaCapital divulgou uma perícia que aponta a manipulação de diálogos usados como provas no processo.

No vídeo, Almeida Filho compara os métodos da Calvário àqueles da Lava Jato. O acadêmico usa a expressão “lavajatismo” para definir os abusos da operação paraibana. “O papel do Ministério Público”, afirma em um trecho, “não é acusar de forma leviana, sem provas e utilizando a imprensa como instrumento para convencer a opinião pública”. Em outro momento, destaca: o MP faz “um desfavor, não apenas a Ricardo Coutinho, mas à Paraíba e a João Pessoa como um todo, e está interferindo, indevidamente, no processo político”

Você pode gostar também

Sem Comentários

Deixar uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.