Ele era um doce de pessoa. Até no contar de suas proezas, era um doce.
Dom Quixote no mais singelo dos modelos.
Valentia era só quem tinha a mostrar. Chegava-se para o desconhecido e exibia a sua famosa coragem suicida, dizendo que era matador de gente desde menino. E para provar, puxava do bolso uma bala velha e vencida de revólver 38, através da qual demonstrava que com ele o buraco era mais embaixo.
Membro da ilustre família Duarte de Princesa, Cíço de Adauto preferia esconder o sobrenome nobre, trocava-o pelo apelido de Estrelinha, e como Estrelinha era chamado nas esquinas, nas bibocas, nos clubes e na igreja. E sempre atendia com aquele converseiro comprido cheio de epopéias e conquistas heróicas nos campos de batalha.
O céu o chamou cedo, certamente porque Deus sabia que seres superiores como Estrelinha não tinham mais nada a provar no planeta terra. Partiu para comandar outros mundos e outros exércitos no mundo encantado do firmamento.
E ficaram a lembrança e a saudade dessa figura inoxidável.
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