O engraçado em Anacleto Reinaldo é que no começo da carreira ele tinha medo de microfone.
Trabalhava como repórter policial em O Norte, fazia o feijão com arroz sem grande alarde, nos fins de noite esticava as canelas até o Cabaré de Madame Lurdes Fodinha, na Maciel Pinheiro, e tomava seus pileques.
Criou um jornalzinho tabloide, de circulação dirigida, que era vendido na banca de Reginaldo, no Ponto de Cem Réis, também sem repercussão.
Até que um dia o chamaram para ler notícias policiais num programa, salvo engano, da Correio da Paraíba.
No começo, gaguejava, se enrolava, não demonstrava jeito pra coisa.
Com o passar do tempo, foi desarnando, se acostumando e dando certo.
E então que criou o Chumbo Grosso, adotou um palavreado esculachado bem ao gosto do povão e ganhou fama de valente, de abusado e de radical.
E deu certo.
Transformou-se num fenômeno.
Onde chegava fazia sucesso.
Alguns criticavam seu jeito, mas às escondidas o escutavam e gostavam do que ouviam.
Morreu dormindo, no auge da fama.
Foi enterrado de terno e gravata, como andava no dia a dia, parecendo um desembargador.
9 Comentários
Eu era fã demais desse cara!
Resenha total. Mito.
Eu desde criança acompanhava os trabalhos de Anacleto por onde ele passava e gostava muito! Anacleto até hoje nos deixa saudades
Anacleto faz muita falta à radiofonia paraibana, principalmente pela sua coragem e eloquência. O que temos hoje é um bando de cuspidores de microfones.
concordo!!!
Gostaria que fizesse um artigo também sobre Franto Júnior nesse quadro campeões da informação.
com certeza
Oh Tião, Essa Madame Lurdes Fodinha, era parente do Jornalista Wellington Fodinha, ou trata-se de outra família “Fodinha”?
Era namorada de Anacleto
Gostaria de saber se o senhor gostaria de receber algumas denúncias sobre o tribunal de contas da Paraíba. Caso afirmativo, para agilizar a troca de informações, gostaria de ter um número com WhatsApp para contato.