Já era noite alta, perto das 23 horas. Estávamos na redação de A União, no Distrito Industrial, o sono pesando nos olhos de alguns, outros ansiosos para sair em busca da noite, quando o editor anunciou a pauta extra: alguém deveria viajar ao Quilombo do Livramento, em Princesa, para fazer uma matéria.
O primeiro e único a se manifestar foi Hilton Gouveia. E unindo a palavra à ação, prontificou-se a viajar, naquela mesma hora, dirigindo um jeep queixo duro para amanhecer o dia no local da matéria, depois de rodar exatos 482 quilômetros.
Hilton Gouveia é o repórter de aventuras por natureza. A calma da redação não o seduz. Prefere o campo, as estradas poeirentas e as serras íngremes, de onde extrai preciosidades jornalísticas incomuns.
Morando na Baía da Traição, conhece os segredos dos índios e os mistérios da terra.
Dono de um belo texto, usa-o para pesquisar e descobrir segredos que muitos considerariam insondáveis.
É, sem dúvida alguma, um dos últimos grandes repórteres de jornal.Um exemplar raro de uma geração engolida pela modernidade do computador e pelo comodismo das redes sociais.
3 Comentários
Sempre fui fã das matérias de Hilton escritas em A União. Dos tempos que passei na capital paraibana (cinco, em meados dos anos 90), não perdia uma matéria, que por sorte estão disponíveis em arquivos do jornal no ciberespaço (às vezes, ainda as acesso para me deleitar com os contos bem escritos do jornalista). Aliás, dos três jornalistas que mais admiro no Brasil, o paraibano Hilton é um deles (junto com Sonia Bridi e Osmar Freitas Jr.) pelo ineditismo, qualidade e confiabilidade do escreveram, investigaram e ofereceram ao público. Onde quer que esteja, Hilton, receba o caloroso abraço de uma grande admiradora anônima de seu trabalho. Luiza
P.S.: parabéns por este blog, Tião Lucena, que é um ponto de informação precisa, confiável e feita por um jornalista com a chancela de décadas de experiência.
Saudações! Caso o louvável jornalista Hilton Gouveia venha a ler este relato, gostaria de sugerir que ele, que é um profundo conhecedor do estado da Paraíba, deixasse como legado um belo livro com contos e crônicas sobre dados e fatos importantes que ele tomou conhecimento durante sua carreira como jornalista. Tenho certeza de que ele tem muito a contribuir para a memória da atual e futura gerações ao deixar o que viveu indelevelmente escrito na bibliografia histórica paraibana. Abraços!