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De dentro D’eu

13 de maio de 2018
Stela Maris Mariano
De nada me arrependo, a não ser do amor que não te dei
Daquilo que não falei, dos segredos que guardei
Da vida que não tivemos, dos vinhos que não bebemos
Dos filhos que não tivemos, dos lugares que não fomos
Das tralhas que não compramos, para o lar que não tivemos
De nada me arrependo, a não ser do tempo jogado fora
De não ter visto tua cara de manhã, de não cuidar dos teus planos
Deixei pra trás o que era de haver, o que era de ser, o que era de ver
Deixei escapar entre os dedos, aquele beijo sofrido e o teu sorriso lindo
Deixei de viver contigo, por não ter falado do amor…
Deixei comigo a dor impressa pelo tempo até virar tatuagem
Deixei a sorte me abandonar, pra o destino me escravizar
Deixei a porta aberta pra que saísse de mim,  mas até hoje aqui estás
Deixei todos os meus sorrisos, nos lugares onde você, incrivelmente pisou
De que me adianta contar o tempo? Se é lá que você está!
De que me vale gastar as horas? Se o relógio se partiu!
De qual cor devo pintar a vida, os sonhos, as esperanças e o amor…
Devo mudar o curso do meu rio? Ou deixa-lo correr sem destino…
Devo embalsamar a alma! Devo matar o amor pra que a dor se dane
Devo gritar o teu nome?…pra que me ouça em outro mundo?
Devia ter pensado antes, pra nada disso me perguntar…
De nada adianta chorar a tua ausência hoje, se ontem nem existimos…
Dentro de mim, carrego lembranças do nada que houve de nós
De quando nos conhecemos, guardo apenas o doce de teus olhos e a tua boca
Daquele beijo que só eu vivi, só eu te dei, só eu guardei, só eu tenho aqui
De você, apenas a sina de amar e sonhar, com uma extrema utopia
Do relógio! Só a hora do tão desejado fim, dos dias que hoje tenho
Da longevidade dos anos perdidos, sem você e sem mim…

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