Bastou uma chuvinha de 50 ml para telhados voarem, ruas se transformarem em rios, casas serem invadidas. Amanhã tem mais, avisa o Inmet, com possibilidades de ventos a cem por hora e um tal de alerta laranja para deixar todo mundo arrepiado, com as orelhas em pé.
Segundo os meteorologistas, o toró só vai diminuir depois das onze da noite de quarta. E se estenderá desde o litoral ao sertão, passando pelo agreste, pelo brejo e pelo curimataú.
É inverno de cabo a rabo, inverno que traz transtornos, mas também leva esperança aos rincões acostumados a conviver com a seca impiedosa que massacra o pobre e faz o pé de meia do político, do poderoso.
As possibilidades de uma grande safra espantam o medo dos alagamentos, que por sinal só atemorizam os moradores da cidade grande, lá nos cafundós quanto maior o toró maior é a festa, a festa da invernada, dos riachos cheios, dos açudes sangrando, dos sapos cantando e das cabrochas em cio despertando para o amor.
Que venha mais chuva, se não para a Capital, que seja para o interior, para o sertão da fartura, do forró miudinho ao som da sanfona, do namoro em pé de cerca encomendando menino.
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