opinião

Deputado classifica imprensa da PB como “valhacouto de vagabundos” e quer CPI para expurgar maus profissionais; Sindicato lamenta iniciativa

17 de fevereiro de 2020

Marcos Maivado Marinho 

O truculento deputado Walber Virgolino, aquele que costuma dizer que seus problemas resolve “à bala”, está desejoso de fazer uma limpeza no meio das comunicações do Estado e para isso anunciou a coleta de assinaturas para instalar na Assembleia uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

Walber declarou combate ao mal jornalismo que, à sua ótica, se pratica na Paraíba e foi às redes sociais questionar o trabalho de “alguns sistemas de comunicação da Paraíba que se acostumaram com o dinheiro farto e fácil da CALVÁRIO”.

Para o parlamentar, “não é de hoje que os maus profissionais dessa área precisam de enquadramento”. Ele reafirmou que não é de briga, após ser citado em suposto envolvimento em confusão no Folia de Rua, na Capital. “Não sou de briga e se me virem agarrado com homem: são meus filhos. Sou adepto da teoria de que homem não se desmoraliza, não troco tapas, troco tiro!!!”.

Em sua nota, Walber Virgolino diz que “infelizmente alguns sistemas de comunicação da Paraíba que se acostumaram com o dinheiro farto e fácil da CALVÁRIO se transformaram num valhacouto de vagabundos inclinados a marginalizar quem não é marginal e a transformar corruptos em inocentes mediante paga”. Por isso ele propõe a CPI, com vistas a que “os maus profissionais dessa área sejam enquadrados”.

Walber quer que os jornalistas e os sistemas de comunicação justifiquem contratos de pessoas jurídicas e físicas com entes públicos e o patrimônio incompatível com o que recebem.

 

DE ONDE VEM A INSPIRAÇÃO

A decisão do parlamentar acontece praticamente no mesmo instante em que dois dos mais influentes jornalistas do Estado se manifestaram, também pelas redes sociais, em desfavor da categoria – Lenilson Guedes e Sebastião Lucena.

De acordo com Lenilson, “tem jornalista que ganha dinheiro na base da extorsão”.

A prática dos confrades, segundo ele, é direta: “Se não me der tanto eu vou ferrar com você.”

– “É mais ou menos assim que eles agem. Outro dia uma pessoa procurou a ajuda de um jornalista do bem porque não sabia como lidar com a situação. Este jornalista perguntou se eu tinha o contato dessa pessoa e a minha orientação foi de que não devia perder tempo, falando com ele, pois de nada adiantaria. Sugeri que gravasse as conversas e as mensagens dele para depois entrar na Justiça. Já trabalhei com gente assim. Teve um que veio me propor levantar a ficha de políticos que tem processo na Justiça pra depois ir negociar. Eu disse que preferia morrer pobre do que ganhar dinheiro de forma desonesta”, historiou Lenilson.

Já Tião Lucena disse que “a figura do jornalista chantagista é coisa nova, de recentes tempos” e lembrou que “nos tempos de antigamente o máximo a que o jornalista se permitia era receber um modesto tôco do seu entrevistado”.

Agora – prossegue Lucena – se tem notícia “de faca no gogó, do ou dá ou desce, do se não me der eu conto e assim por diante.

 

REAÇÃO DO SINDICATO DOS JORNALISTAS

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Paraíba reagiu à tentativa de Walber através de uma nota onde afirma que se o parlamentar está insatisfeito com a atuação de algum profissional ou veículo de comunicação, que cite os nomes e os fatos desabonadores cometidos por eles para que sejam devidamente apurados”.

Segue a nota, na íntegra:

SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS DO ESTADO DA PARAÍBA

NOTA

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Paraíba lamenta profundamente a iniciativa do deputado estadual Wallber Virgulino que anunciou a coleta de assinaturas para uma CPI da Imprensa da Paraíba. A entidade entende que se o parlamentar tem queixas em relação à atuação de algum profissional ou veículo de comunicação deve citar os nomes e os fatos desabonadores cometidos por um ou outro para que sejam apurados no Conselho de Ética do Sindicato ou mesmo pela FENAJ.

Por outro lado, o Sindicato repudia totalmente as práticas não condizentes com o Código de Ética e a responsabilidade social dos jornalistas e defende que estas sejam apuradas com amplo direito à defesa e, caso procedentes, punidas exemplarmente.

A DIRETORIA

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1 Comentário

  • Reply H. Romeu. Pinto 17 de fevereiro de 2020 at 19:34

    MORRO DE RIR DESSE SUPOSITÒRIO GIGANTE!

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