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Deputado foi eleito para andar armado na Assembléia?

22 de fevereiro de 2022

Comecei a frequentar o plenário da Assembléia Legislativa em 1976, um ano depois de iniciar minha vida profissional como repórter de A União.

Naquele tempo, os deputados se exaltavam em plenário, mas não havia bravatas. Os debates eram democráticos e ninguém saía do Vossa Excelência.

Lembro que Luiz de Barros andava com um 38 na cintura, Zé Lira também andava. Os dois eram inimigos, mas ambos se respeitavam.

Certa vez vi Edvaldo Motta com um Bala U no bolso da calça.

Também vi Aécio Pereira com uma 45 na cintura, desafiando Levi Olimpio para um duelo. Levi se conteve e não brigou.

Anos depois, Marcus Odilon bateu boca com Afrânio Bezerra, Afrânio da tribuna e Marcus do plenário. Os dois partiram pra cima um do outro, Afrânio sacou o revólver e atirou no peito de Marcus, que mesmo agarrado pelos dois braços conseguiu encostar a boca no nariz de Afrânio e arrancar-lhe um pedaço,.

Tudo isso pra dizer que andar armado no plenário da Assembléia nunca foi coisa do outro mundo, embora seja algo incomum, já que deputado não vai à Assembléia trocar tiros ou enfrentar bandidos perigosos. Ali é uma casa de leis e deveria dar o exemplo aos cidadãos comuns.

Se o Regimento proíbe o uso de arma na cinta do deputado, ao deputado cabe cumprir a lei e guardar o trabuco no carro ou em casa, ou até mesmo no gabinete.

Fazer firula, ameaçar dar voz de prisão em que se atrever a lhe encostar a mão no bucho chega a ser uma atitude risível.

Digna de figurar nos programas de humor popular tipo A Praça é Nossa e Balança mas não cai.

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