A paz do Senhor é uma saudação que existe na igreja evangélica. Os crentes quando se encontram ou se cruzam, costumam desejar a paz. Funciona como um bom dia ou boa noite. De tão corriqueira, virou costume.
O costume ficou tão banal que os próprios crentes não demonstram mais emoção quando se saúdam desejando a paz do Senhor.
Tem o mesmo efeito do “diz aí, caba véi”, “como tão as coisas?”, “Fala de lá que falo de cá” e assim por diante.
Por isso não merecia esse tratamento pomposo de “Patrimônio Imaterial da Paraíba”.
Com o aprovo, já, da Comissão de Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia.
O deputado Galego de Sousa, autor da proposição que está para virar lei, deve estar bem intencionado, deve ser um devoto, deve amar a Jesus como eu também amo, mas na ânsia de agradar aos pastores e obreiros das igrejas evangélicas, se fez merecedor do epíteto de “autor do inusitado” dado pelo portal PB Agora no título da matéria.
Numa Paraíba com enfermeiros ganhando pouco, com mulheres morrendo nas mãos de maridos despeitados, de gente passando fome, de crianças sem teto e sem lar, de intolerância religiosa e de gênero, transformar um cumprimento num “Patrimônio Imaterial da Paraíba” é o mesmo que viver na lua, olhando pras estrelas e absolutamente desligado das coisas mais reais.
Pelo menos é o que acho.
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