Dia do Procurador do Estado

Hoje é o Dia do Procurador do Estado e eu, como integrante dessa tão importante classe, aproveito para abraçar a todos os colegas, os jovens e os mais velhos, os que chegaram agora com a força da juventude e aqueles que lutaram com garra pela valorização da classe e hoje, aposentados, guardam lembranças dos mais diversos sabores, lembranças doces de doces aventuras e a amargura pelas injustiças que, felizmente, foram derrotadas e sepultadas na memória do tempo.

Nos começos ser Procurador do Estado significava prestígio e salários compensadores. Muita gente trocou a magistratura e o Ministério Público pela Procuradoria por causa dos salários e da representatividade.

Um dia tiraram tudo dos Procuradores, depenaram-nos. A renda de um Procurador era menor do que a de um soldado da PM de Estados como Pernambuco. Conheci colegas que morreram de angústia por não suportarem o sofrimento.

Johnson Abrantes me contava que o assaltaram na Praça da Independência e ele pediu ao assaltante que tivesse pena dele por se tratar de um Procurador do Estado. O assaltante ouviu sua súplica e ao saber quanto ganhava um Procurador, o deixou em paz e ainda reclamar:

– Por que não me disse antes?

Eu venho desse tempo, tempo das vacas magras, das reclamações. Eu, Venancio Medeiros, Ricardo Lucena, Monica Figueiredo, Ariano Vanderley, Luciano
Bernardo, Chico Franca, Fernandinho Milanez, Sanny Japiassu, Assis Camelo, Murilo Bernardo, Vital do Rego, Pedro Gondim, Luiz Augusto Crispim, Roosevelt Vitta,, Gilvandro Guedes, Mário Nicola, Delosmar Mendonça, Manoel Raposo e Adalberto Targino, entre outros, percorremos estradas de acessos difíceis e o fizemos com o denodo próprio dos que acreditam que depois da tempestade, vem a bonança.

Lembro da vez que Manoel Raposo foi mandado de ônibus para uma audiência do Estado em Itaporanga. Foi e voltou.

Cássio Cunha Lima, no ocaso do seu Governo, assinou o primeiro PCCR dos Procuradores, que passaram, a partir dali, a receber subsídios e, com isso, respirar depois de anos de privações.

E embora tenha minhas divergências com ele, reconheço que o atual governador João Azevedo tem se mostrado um amigo da classe, reconhecendo direitos, equiparando salários de Procuradores aos de colegas de outros poderes que ganhavam mais e abrindo um diálogo com a nossa Associação que permite vislumbrar mais conquistas lá adiante.

Hoje envio meu abraço a todos e principalmente a Sanny Japiassu, a corajosa e incansável presidente da Associação dos Procuradores. Ela é uma  das principais responsáveis pelas coisas boas que estão vindo ao nosso encontro.