RENA BEZERRA
Um menino bem crescido
Por aqui é ‘mulecote’,
Se ele for mais taludo
Já se muda pra frangote,
E em plena puberdade
Se chama de rapazote.
Um aprendiz no volante
Por aqui ele é pixote,
Um pulo na meia altura
Podemos chamar pinote,
E um cabra ‘malamanhado’
A gente chama caçote.
Um homem de pouca altura
Aqui se chama baixote,
Um amontoado de moças
Aqui se fala magote,
E quem bebe a custa dos outros
O apelido é serrote
Se a pessoa é respondona
A gente diz: ‘ta os bote’,
Passar a perna em alguém
Dizemos que deu capote,
E que só pega na rodilha
Quem agüentar com o pote.
Se a palavra for cascudo
Por aqui é cocorote,
A região do pescoço
A gente chama cangote,
E um cabra bem arrumado
Aqui se chama fiote.
Falei alguns dialetos
Do sertão que foi o mote,
Aqui a gente se entende
Dançando e cantando xote,
Buscando sempre alegria
Correndo atrás dum decote.
Rena Bezerra
30/05/19
2 Comentários
Tião Lucena, dê notícias do jornalista 1Berto Almeida. Li aqui no seu blog que ele estava internado. O que aconteceu com o malabarista de palavras ? Sinto a ausência dos textos inteligentes e atraentes do brilhante jornalista, advogado e escritor jaguaribense. Grata pela publicação.
hoje tem crônica dele aqui no boiga