Diario da Covid IV

A semana começa no vermelho. Aliás, continua. A Paraíba está entre os Estados onde mais se morre de Covid. Só no domingo morreram 25. E nesta segunda 30 morreram. Chegamos a 4.500 mortos no total, com um número de contaminados de 222.259 paraibanos.

Há medidas restritivas, mas medidas acanhadas, medrosas, sem ímpeto.

E desse jeito os chamados negacionistas vão continuar desobedecendo. E pregando a desobediência.

Um deputado ligado ao presidente Bolsonaro foi á porta da Prefeitura conclamar o povo a desobedecer. Isso mesmo, mandou todo mundo tirar as máscaras e fazer tudo o que é proibido pelo decreto.

Isso preocupa.

Figuras conhecidas estão morrendo. A Paraíba perdeu, em menos de um mês, o senador José Maranhão, o deputado João Henriques, além de médicos, parentes de vereadores, de deputados, de magistrados, até de padres.Sem contar os pastores defensores da cloroquina que “empacotaram”.

O tédio é grande, a rotina é enorme, o medo da morte ronda nossos passos.

A família dispersa causa preocupações. Vemos parentes próximos se dando ao desfrute de mostrar a cara. Esses não temem nada, mas nós não temos como evitar o temor pelo que lhes pode acontecer.

O presidente mais uma vez rosnou. Anunciou que já tinha cumprido a sua parte, mandando o dinheiro devido para os Estados. Foi desmentido pelos governadores. O governador da Bahia chegou a chorar. O do Maranhão deu o tom da revolta.

E o vírus avança. E a solidão grassa.

Chove muito lá fora, faz frio.

Um amanhã pode chegar, mas a dúvida persiste: quem verá o amanhã?