Dias melhores virão

Quando entrei na Granja Santana para participar, pela primeira vez, de festa para Ricardo Coutinho, eu não era auxiliar dele, era amigo. Recebi um convite pessoal do governador, estive lá, fiquei pouco tempo, quase não havia espaço nas mesas apinhadas de gente.

Lembro que um conhecido “ricardista” advindo das terras campinenses se esgoelava para oferecer o melhor vinho ao governador. E ai de quem se atrevesse a suplantá-lo.

E de uma loura tingida que fazia questão de se mostrar íntima da  família, enchia a boca pronunciando os nomes das irmãs de Ricardo, era amizade para a eternidade.

Nas tendas armadas na área livre da granja, homens e mulheres em trajes noturnos faziam fila, sorriam de orelha a orelha e se ouvia cada declaração de amor infinito que eu fiquei arrepiado, pois nunca tinha visto nada igual.

E as cenas se repetiram nos aniversários seguintes. O time de Ricardo era enorme, indissolúvel, inquebrantável.

Até que um dia Ricardo deixou de ser governador e ao novo rei acorreram os súditos que até ontem juravam amor eterno ao mago de Jaguaribe.

Eu não acompanhei a onda, fiquei onde sempre estive.

Outros também ficaram, principalmente o homem do sertão, o matuto agradecido pelas estradas de asfalto, pelos açudes, pelas barragens e cisternas que mataram a sede e pelos hospitais que lhes salvaram a vida.

E hoje mando os parabéns com sinceros votos de muita felicidade ao amigo Ricardo Vieira Coutinho.

Dias melhores virão, disso não duvido.