Passeava pela TV a procura de algo interessante quando me deparei com dois pastores de conhecida seita interpretando a Bíblia.
O mais falante se referia ao trecho narrado por Mateus, no qual Jesus aconselha o jovem rico a vender tudo o que tem, dar aos pobres e depois segui-lo.
O pastor não perdeu tempo: Jesus estava pedindo dízimo ao jovem rico, queria oferta.
Que cabra mais sem vergonha! Que descarado!
Deturpar o que está escrito na Bíblia para aumentar o rendimento da igreja é ir além do permitido.
Esse povo precisa ser banido, execrado e jogado no fogo do inferno.
Não sou a pessoa mais autorizada para comentar os ensinamentos de Jesus, porém basta não ser muito burro para saber que o Mestre nasceu numa manjedoura e viveu como pobre exatamente porque não gostava de ostentação.
Escolheu seus apóstolos entre pobres pescadores por não concordar com a suntuosidade dos que se diziam representantes de Deus em Israel.
Claro, Jesus não fazia distinção entre ricos e pobres, mas não preferia os ricos em detrimento dos miseráveis.
Para ele todos eram filhos de Deus e como filhos de Deus eram tratados.
Mas muita coisa mudou desde que Jesus Cristo foi embora pro céu há dois mil anos atrás.
Criaram as igrejas, transformaram-nas em potências, a riqueza imperou e ainda impera.
A Igreja Católica tem procurado se redimir, mas a maioria das igrejas divergentes tem elegido o dízimo como o Deus de suas adorações.
E o que vemos são pastores transformados em políticos, pastores tomando dinheiro de fiéis para viverem na bonança, morando em mansões, andando em jatinhos, em iates e no escambau, enquanto suas ovelhas ficam no frio sem ter nem capim para comer.
Jesus não criou igreja. A mais antiga, a católica, foi criada pelos Romanos que O mataram. E as evangélicas surgiram depois de uma dissidência do bem-intencionado Martinho Lutéro, que discordou do proceder da sua então igreja, corrompida em todos os sentidos, mas com ênfase para a cobiça.
O pobre de Lutero não sabia que estava criando um monstro.
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Falou e disse tião