Memórias

Do Fundo do Baú!

29 de julho de 2024

O Baú de hoje vem de Miguezim Lucena

O fim da “Zona do Mangue” – Década de 1980.
Foto do resquício dos primórdios antigos subúrbios da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
No século XIX, o crescimento da cidade atraiu milhares de migrantes e imigrantes em busca de oportunidades de trabalho, onde desembarcavam no porto diariamente milhares de pessoas para superpovoarem o centro da cidade, obrigando parte destas a se abrigarem nos subúrbios alagadiços e mal valorizados ali perto. Assim nasceram as zonas suburbanas da capital do império.
A Zona do Mangue, como era conhecida essa área, abrigou no início do século XX os ex-escravos, marinheiros do cais do porto, caixeiros viajantes, pequenos comerciantes, e imigrantes de todas as partes do mundo, inclusive as “Polacas”, apelido das pobres imigrantes judias do Leste Europeu que, pela dificuldade com a língua, baixa demanda de trabalho (pelo machismo da época) e pouca instrução para trabalho, sucumbiram à alta demanda de homens sedentos por sexo da Zona do Mangue e passaram a ter a prostituição como forma de sobrevivência.
Pouco tempo depois a região se tornou referência nacional de acompanhantes de luxo e meretrizes.
Com o passar dos anos, inúmeras obras e demolições assolaram a região, modernizando drasticamente a região e extinguindo a área de prostituição, que foi transferida em 1994 para a Praça da Bandeira com o novo nome de Vila Mimoza.
Atualmente, a Zona do Mangue é conhecida como Cidade Nova e sedia a Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro num prédio conhecido pelos cariocas como “Piranhão”.
Na foto, os últimos prédios originais da Zona do Mangue, o recém inaugurado metrô do Estácio e os diversos terrenos baldios frutos da demolição dessa região histórica da cidade.
Acervo: Fiocruz.

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