Dele posso dizer que foi um dos primeiros amigos que fiz desde a minha chegada à cidade grande em 75. Matuto das brenhas sertanejas, passei no vestibular e me apresentei na Faculdade para fazer o Curso Básico sem conhecer quase ninguém. Dele fui vizinho de carteira na então Faculdade de Direito da Universidade Autônoma. Terminado o Básico, ele se transferiu para a UFPB, onde concluiu o curso e se tornou, logo, o brilhante advogado em substituição ao pai, Sílvio, que se tornara desembargador. Eu conclui o meu na Faculdade de Padre Trigueiro, mas como já era jornalista, fiquei dividido entre as duas militâncias. Zeca era o colega de curso e o advogado que me livrava das enrascadas da vida de repórter.
Ela, conheci através dele. Salete Porto, a mulher de Zeca, a promotora corajosa, a figura simpática e amiga que aprendi a admirar e respeitar.
Os dois de logo formaram aquele casal para toda vida. Aliás, isso era uma prática comum no nosso tempo, um tempo em que o instituto do divórcio só era utilizado para casos excepcionais.
O casamento de Zeca Porto e Salete foi um acontecimento marcante na vida social da cidade. Abelardinho Jurema, o colunista social mais destacado da terrinha, registrou que, nesse dia, os desembargadores deixaram o Tribunal mais cedo, os executivos trancaram suas gavetas e deixaram seus negócios para depois, jornalistas interromperam suas atividades nas redações dos jornais e profissionais das mais diferentes áreas decidiram decretar feriado para comparecerem ao casamento de José Ricardo Porto com a jovem Salete Melo, celebrado pelo saudoso cônego Fernando Abath.
Sem Comentários