Ainda lembro do matutinho deslumbrado que chegou à cidade grande pela primeira vez e se espantou com o tamanho dos seus prédios. Foi em 1968. O matuto era eu, a cidade grande, João Pessoa, e o financiador da viagem a Marinha brasileira. Conquistei o direito de conhecer a Marinha através de um concurso no Ginásio Nossa Senhora do Bom Conselho, de Princesa.
Passeios pelo mar e pela terra se multiplicavam durante a semana, até que chegou o momento de conhecer o prefeito. Damásio Franca nos recebeu sorrindo, abraçou a todos,a todos conquistou e a todos brindou com um almoço no Esporte Clube Cabo Branco, uma verdadeira glória para quem só conhecia mandacaru, jurema e marmeleiro. Dali do alto a gente devorou um peixe diferente, sem espinha, carnudo, enquanto avistava o mar lá adiante, um marzão sem fim.
Depois, já repórter, tive a oportunidade de entrevistá-lo sobre assuntos da cidade que ele tão bem governou.
E achando pouco, anos e anos mais tarde me tornei secretário de comunicação do seu filho, Chico Franca, na Prefeitura de João Pessoa.
E o que dizer de Dona Creuza, a mulher mais destemida desta cidade? Uma mulher que se vestia com panos de pobres, agia como pobre e se misturava com a pobreza, embora fosse rica, paparicada e respeitada.
Mesmo na adversidade não se dobrou. Recomeçou do zero, ela e Seu Adrião. Inaugurou uma “Bagunça” que ainda hoje existe, vendendo frisos, broxes, botões, alfinetes, marrafas e o diabo a sete.
E quem pensou que a mudança de status a fez infeliz, pensou errado. Virou carnavalesca, criou bloco de melhor idade, entrou na política, foi vereadora e só morreu porque quis, porque se tivesse pedido a Deus para continuar nos alegrando aqui na terra, Ele teria deixado.
2 Comentários
Eita, amigo velho , assim você me mata. Um abraço de tirar o caldo.
MEUS RESPEITO A ESSE GRANDE HOMEM E ESSA GRANDE MULHER PARTE DE NOSSA HSTORIA.