Em um áudio vazado na manhã desta quinta-feira (30), o deputado estadual Wallber Virgulino (Patriota) aparece detalhando uma possível troca de favores com empresários para bancar sua campanha nas eleições 2018. Ele teria feito acordos prévios, ainda durante a corrida eleitoral nas eleições 2018, com sua Verba Indenizatória de Apoio Parlamentar (Viap) – mais conhecida como verba de gabinete – da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB).
O deputado conta que se reuniu com um empresário que se comprometeu a prestar apoio de marketing em sua campanha. Pelo serviço eleitoral não cobraria nada, mas quando ele ganhasse que “lembrasse dele”.
De acordo com o parlamentar, na pré-campanha o empresário teria participado de algumas reuniões, mas durante a campanha ele não compareceu aos encontros de sua equipe, já que alegava que estaria na campanha do líder da oposição, Raniery Paulino (MDB), então candidato à reeleição para o Parlamento paraibano.
O empresário de marketing chegou a fazer uma ponte entre Wallber com outro empresário do ramo do entretenimento. Este ficaria responsável também por prestar apoio ao então candidato, e em troca ele teria que “abrir o ramo da vaqueja, para ele colocar as bandas que ele empresariava”. Porém, durante a campanha mesmo, o empresário do show business não atuou de fato na campanha.
Ele ainda chega a criticar o apoio dos empresários, e dizer que alguns serviços estavam “dentro de pacotes” que não estavam sendo bem atendidos pelos empresários.
Quando Wallber foi eleito, o seu coordenador de campanha contactou o empresário de marketing e ofereceu R$ 2,5 mil por mês, através do Viap, para ele. De pronto, houve uma recusa, e o empresário classificou este valor como pouco. O empresário então contactou o já deputado eleito, que justificou dizendo que não poderia fazer nada.
Wallber explica que outras pessoas que atuaram com ele na campanha, aceitaram os valores propostos e seguem trabalhando com ele. “Inclusive [nome de colaborador de campanha] dá expediente. Com [empresário de marketing], ele ia ficar livre, para dar expediente na hora que quisesse. Ele ia pensar, e não se pensa dentro da Assembleia, pode pensar fora. Mas ele não aceitou e não vi mais ele. Devo um grande favor a ele, não quero me eximir de responsabilidades, quando puder ajudá-lo da maneira que ele merece, ajudarei sim”, disse o deputado no áudio vazado.
Wallber afirmou que precisa andar na linha, já que aponta o dedo para todos. “Sou um deputado de oposição, não tenho apoio de prefeitura nem de governo, não tenho emprego para dar a torto e a direita. São muitas pessoas que ajudaram, mas essas pessoas precisam preencher requisitos. Sou uma pessoa que aponto muito o dedo na cara dos outros e tenho que andar na linha”, finalizou.
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E agora José?