O secretário de saúde de João Pessoa, Adalberto Fulgêncio, aparece em um áudio vazado que o Paraíba Já teve acesso na manhã desta segunda-feira (27), criticando e sugerindo aproximações – sem teor identificado – com promotores do Ministério Público da Paraíba (MPPB) e procuradores federais do Ministério Público Federal (MPF). Conforme o auxiliar da gestão pessoense, há um Estado policialesco atualmente, e o cenário nacional ocorre também no estado. Estavam na sala com ele, o prefeito Luciano Cartaxo, e os secretários Diego Tavares, Zennedy Bezerra e Josival Pereira. O áudio já estaria de posse de órgãos de fiscalização.
“Estou muito na linha de Gilmar Mendes, existe hoje um Estado policialesco, que pega um detalhe… vou dar um exemplo: o Ministério Público. A gente precisa de um advogado que é mais que uma assessoria jurídica, que tenha uma leitura do perfil dos promotores e procuradores. Os procuradores federais, dois são contra essa concepção, que é o Godoy e o Castro Pinto Filho, o resto todo é da turma do Dallagnol”, afirmou Fulgêncio.
Fulgêncio exemplificou o temor com promotores que estariam adotando o tal Estado policialesco, e frisou: “temos que ter muito cuidado com o governo [da capital]”.
Conforme o secretário, o MPPB pegou um plantão errado no Ortotrauma de Mangabeira e o chamou para prestar esclarecimentos. “Está errado mas não é algo demais. Não fui pra audiência, era algo pequeno, mandei alguém. Disseram ‘se ele não vier, é condução coercitiva’. Chego lá e peço desculpas. É o Josauro Paulo Neto… é da turma de Octávio. O que apresentei dava para arquivar, tá entendendo, Josival. Nosso procurador disse que estava tudo justificado, e ele disse que não estava limitado a isso não, quero saber isso, isso e isso. A gente tem que saber quem é quem dentro do judiciário, o perfil de cada um”, disse Fulgêncio.
Ele teria errado o nome do promotor, não se tratava de Josauro Paulo Neto, mas sim de Carlos Romero Lauria Paulo Neto.
Uso da máquina
Fulgêncio então dá um passo adiante na conversa e trata sobre questões mais diretas sobre como usar a máquina da Prefeitura de João Pessoa para bancar o substituto de Cartaxo.
“Essa é minha preocupação nacional, não é a questão eminentemente política, é que temos um prefeito, um governo… Vai ter as máquinas da campanha e como que a gente vai por as máquinas da campanha para a gente não ser objeto de perseguição? Tem que ter um cara que faça essa avaliação, quem é mais próximo, que não é próximo”, afirmou o secretário de Saúde.
Confira transcrição:
FULGÊNCIO – Eu tô muito na linha de Gilmar Mendes. Existe hoje um Estado policialesco. Policialesco, que pega um detalhe, vou dar um exemplo: o Ministério Público. A gente precisa de um advogado aqui que é mais do que uma assessoria jurídica, tem que ter leitura do perfil dos promotores, uma leitura dos procuradores. Por exemplo: os procuradores federais. Têm dois que são contra essa, essa polícia, essa concepção [de Estado policialesco], que é o Godoy e o Sérgio de Castro Pinto Filho. Os demais, todos, todos são da turma do Dallagnol. Isso significa dizer o seguinte: a gente tem que ter muito cuidado com o governo [prefeitura]. Pagaram um plantão em Mangabeira, que eu olho o negócio, tá errado, mas não é algo demais. Aí, quando eu vou, primeiro, eu não fui pra audiência, era algo pequeno, mandei alguém. Ele disse ‘não, se não vier, é condução coercitiva’. Aí eu vou. Chego lá e peço desculpas. É o Josauro Paulo Neto, certo?
DIEGO TAVARES – Octavio.
FULGÊNCIO – Não, é o outro. São dois, são dois Paulo Neto lá.
DIÊGO TAVARES – É, Paulo Neto, é o outro.
FULGÊNCIO – É da turma de Octavio, é da turma de Octavio.
DIÊGO TAVARES – É primo legítimo, filho de Jovani…
FULGÊNCIO – É da turma de Octavio. Aí, eu chego lá, peço desculpas, tal, tal e tal. Aí eu disse, bicho, o que eu apresentei lá dava para arquivar, tá entendendo, Josival? Aí o procurador nosso disse ‘olhe, tá tudo justificado’. [o procurador] ‘Não, não tô limitado a isso aqui não. Quero saber isso, isso e aquilo’. Então, tu tá entendendo? A gente tem que saber quem é quem dentro do Judiciário, o perfil de cada um.
LUCIANO CARTAXO – Bom dia, bom dia.
FULGÊNCIO – Bom dia, prefeito.
TODOS – Bom dia, prefeito.
LUCIANO CARTAXO – Eita, que tá todo mundo de verde.
FULGÊNCIO – Aí, continuando aqui, viu, prefeito. Essa situação da questão nacional não é uma questão eminentemente política. É que nós temos um prefeito, um governo, que vai ter as máquinas na campanha e como é que a gente vai botar essas máquinas na campanha pra gente não ser objeto de perseguição.
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