- WELLINGTON FARIAS
No começo foi tudo uma maravilha. Até uber pago pelo erário tinha disponível para o público carente de transporte.
Eu até postei no Instagram um agradecimento ao governador e ao prefeito, embora tenha usado carro particular. Mas as coisas boas e bem feitas merecem ser elogiadas e estimuladas.
Demorou pouco para a vacinação em João Pessoa virar uma zorra, infelizmente.
Calvário
Ávidos por se vacinarem, idosos e doentes estão sendo submetidos a um verdadeiro massacre, um calvário. A desorganização é total; a falta de informação, nem se fala. A população fica à mercê da própria sorte, sendo jogada pra lá e pra cá, sem saber o que está acontecendo ou para onde se dirigir para se vacinar.
Portador de câncer e padecendo de nove cirurgias, passei por este “vexame” na terça-feira (20). E vi várias outras pessoas idosas sofrendo na fila ou voltando da porta tonto de tanta desinformação. A zorra total não é de agora, vem de dias. Detalhe: todos nós muito bem atendidos pelo pessoal da área de saúde, organizadores no local etc. e tal.
O calvário começa com a total falta de informação do site da Prefeitura de João Pessoa sobre a vacinação. Na parte de cadastro é tudo confuso e não tem as respostas para quem precisa. Pode ser uma maravilha de serviço para quem planejou e fez, provavelmente cobrando os olhos da cara, porque no serviço público é assim. Mas para o público, é um poço de desinformação e confusão. Há questões difíceis de serem respondidas pela falta de clareza.
Para quem vai tomar a segunda dose, nem se fala. Ninguém esclarece nada, tudo é incerto, confuso, cada um dá uma explicação diferente. Nas reiteradas vezes em que tentamos nos cadastrar para a próxima dose, depois de preenchido no cadastro aparece a opção primeira dose. Sem saber como proceder, fiz o cadastro fui para a fila aguardar algumas horas torturantes, em função do meu estado de saúde.
Depois de muita espera e cansaço, fomos informados que não era ali (Igreja Universal) o local onde deveria ser vacinado, mas numa escola nas proximidades. Lá chegando, disseram que não tinha vacina e que não havia um cronograma preestabelecido de modo que deveríamos (pasmem) acompanhar o noticiário a respeito para que soubéssemos onde poderíamos nos vacinar.
Detalhe: quando tomei a primeira dose, na Igreja Universal, lá mesmo fui informado que a segunda dose tomaria 28 dias depois no Espaço Cultural.
Publicidade
O pior é que diante de um quadro tão grave, que afeta o planeta inteiro, em que todos os dias morrem dezenas de pessoas, não se vê, pelo menos na Paraíba, uma campanha arrojada, sistemática, de esclarecimentos à população.
Uma prova cabal de que as fortunas que o erário gasta a grana pública com publicidade são destinadas a projetos que não são nem um pouco prioritários.
MPPB
Alô, Ministério Público! Milhares de pacientes, pessoas idosas, portadores de câncer estão sofrendo nas filas.
Procuradores, abandonem seus gabinetes climatizados e saiam às ruas – pelo menos aos locais de vacinação – para verificar o que está acontecendo. Ministério Público inverta a sua pauta de prioridades. Abandonem aquelas bobagens que vemos no noticiário e preste atenção àquilo que realmente interessa a sociedade.
Transcrito do Pbagora
4 Comentários
Onde está o milhão de doses por dia aplicada na população, que ministro da saúde prometeu para o mes de abril, ele que é nosso conterraneo.
relaxa e goza do “novo brasil”, tião! depois ficam com raivinha quando chamamos bolsonarismo de seita GENOCIDA. TUDO que fazem tem morte e destruição no meio. tirando os jantares de picanha, leitão e costelão, claro. mas esses são só pros seletos do senhor, pros enviados de deus.
As autoridades estão sumidas e não se pronunciam sobre a desorganização da “campanha” de vacinação – covid 19 – em João Pesoa.
Verdade, jornalista Wellington Farias: não há PLANEJAMENTO, muito menos respeito aos idosos e doentes. Obrigados às filas nas frias e chuvosas madrugadas, porque o tal AGENDAMENTO, que, bem programado, seria uma excelente ferramenta de PLANEJAMENTO, não funciona, sequer para o que se propõe: evitar aglomeração. Todos querem o primeiro lugar, não adianta. Por isso que o tal AGENDAMENTO deveria disponibilizar as doses por faixa horária, a cada período de uma hora: em função da demanda e da capacidade produtiva das equipes de saúde. Mas não é assim: trata-se apenas de uma burocracia, nada mais. Lamentável, hein! Veja bem! Gastaram rios de dinheiro público, inclusive os Ministérios Públicos, com uma campanha massiva convocando os idosos para a dose de reforço, falava-se aos quatro ventos algo em torno de 70.000 idosos, lembram-se? Nós, idosos, queremos a segunda dose, tem?