DOMINGUEIRAS DO TIÃO

QUANDO O AMOR NEM SEMPRE FOI LINDRO

Imagem meramente ilustrativa

O homem era feio. Feio, velho, barrigudo e desdentado. Os poucos dentes que sobraram em sua enorme boca estavam podres. Mas era engenheiro, tinha anel no dedo, comandava a emergência, vinha da Sudene para dirigir os cassacos alistados no eito da estiagem. Por isso se tornava bonito, alguns o achavam lindo e não faltou pai zeloso para lhe oferecer a filha bela em matrimônio.

Hospedado na pensão de Zé da Fubica, botou logo o olho comprido em cima da bela Zuleide, morena com cara de índia e andar de gazela, cobiçada pelos rapazes pobres e ricos do lugar.

O homem de anel no dedo, claro, passou na frente dos outros pretendentes. Zé da Fubica deu até festa para comemorar o noivado. Namoro, noivado e casamento num vexame de moça perdida, de moça que soltou a pureza nas mãos do visitante para amarrá-lo aos sagrados laços.

Foi uma tristeza grande na cidade. Teve rapaz que roeu durante um mês. O estoque de Pau Dentro de Zé Brejeiro foi esgotado várias vezes. As serenatas ao luar com músicas de tristeza viraram rotina.

Mas de nada adiantou. A bela Zuleide partiu. E levou o pai, a mãe e os irmãos a tiracolo.

Nunca mais se falou nela ou dela, notícias do seu paradeiro ninguém soube dar. Alguns supõem que ficou viúva, o marido, já passado nos anos, não teria aguentado o rojão e se mudou para o outro mundo, deixando a viúva no maior dos desconsolos.

De Zé da Fubica e dos seus rebentos também ninguém deu mais notícias. Envurtaram-se, sumiram no oco do mundo.

E as lágrimas de roedeira dos rapazes um dia secaram. Outras Zuleides apareceram para consolar seus corações feridos.

 

NIVER DE CHICO FLORÊNCIO

Ele é enjoado, exigente, fala o que pensa e pensa sempre alto. É o seu jeito, jeito de homem viajado , de quem conheceu o mundo e voltou ao pequeno mundo da infância por opção. É o historiador, o pesquisador, o homem que sabe ler e pensar. E ler em vários idiomas, só pra matar de raiva a massa ignara que o inveja.

Falo de Francisco Florêncio e essa fala toda é pra dizer que ele aniversariou.

 

NIVER DE SAMARA

Durante certo período de nossas vidas dividimos escritório de advocacia. Ele, mais organizado do que nós outros (eu, Silva e Tenório), trabalhava numa sala em separado e tinha, pasmem, computador. Nós penávamos na máquina queixo duro fabricada pela Oliveti. Depois cada um procurou seu canto, mas a amizade perdura até hoje.

João Vanildo é um vencedor. Agora mesmo dedica-se a vida rural em Juru, especializando-se na criação de bodes de raça, um primor de criação. Enricou, tá rico. Rico, novo e gozando a vida. Ele merece. E foi nesse clima verde, de paisagem linda, que ele comemorou o aniversário de Samara(FOTO), sua filha linda e maravilhosa.

 

NIVER DE JOCA FERNANDES

E para fechar o firo festivo, registro com muita satisfação o aniversário do bom João Fernandes Filho, o Joca de nossa infância, comerciante em Princesa, cantor de hinos sacros na Igreja Nossa Senhora do Bom Conselho e grande desportista.