A MINHA PRIMEIRA VISÃO DE BÓRIS TRINDADE
Foi mais ou menos nos fins dos anos sessenta que a Polícia Federal apareceu pela primeira vez em Princesa Isabel. Impressionou a visão daqueles homens de jaquetas pretas, portando reluzentes pistolas . Bem diferente dos soldados comandados por Cabo Amaro, com seus quepes cor de caque e os revólveres canelas finas pendendo nas bainhas surradas confeccionadas por Zé Muniz.
Eles prenderam uma quadrilha de assaltantes que aterrorizava a região. Assaltantes ricos, com dinheiro para contratar advogados famosos a peso de ouro.
Eu, rapazola, matuto, via o movimento de entra e sai no cartório de Marçal Lima, onde os bandidos eram apresentados ao juiz para interrogatório.
E lá dentro, um advogado com jeito de Roberto Carlos, cabelos pelos ombros, jeito de galã de cinema, atraia as atenções de autoridades, marmanjos e mocinhas de corações pulsantes.
Pois foi esse advogado que me fez ficar sem fala ao encarar um dos poderosos agentes da Federal que se atrevera a interromper uma interpelação dele ao juiz.
– Quem você pensa que é? Exijo que se retire daqui agora -, gritou o moço de cabelos longos, paletó azul e cara de artista.
E o agente, murcho e obediente, saiu de fininho, para assombro geral da matutada,
Esse moço era Bóris Trindade, advogado contratado em Recife para defender os bandidos.
Um homem que deixou Princesa sem fôlego por ter desafiado o bicho papão da federal.
O jurista que nos deixou neste sábado, vitimado pela Covid.
A FILHA DE DUDU
De vez em quando eu falo nele e dele. Dudu do Manaíra, gente boa, companheiro de antigas tertúlias no Bar de João, o faz tudo de Roberto Santiago, o tomador de cerveja mais puro que eu conheci na vida. Ontem, derretido e com justa razão, me avisou que a sua bela filha, Eduarda Martins, aluna do curso de Fisioterapia da UFPB, aniversariou, completou 19 anos.
Parabéns pra ela e para o papai coruja.
EMILIA LUCENA
Ela tem o nome da bisavó e é tão doce quanto a primeira Emília. Falo da minha neta, agora com 20 anos, mas tão menina quanto menina foi um dia ao nascer e chorar nos meus braços anunciando que chegara para a vida.
SEU MACAXEIRA
Em Bananeiras ele é o faz tudo. Precisou de um quarto de bode no capricho? Liga pra Macaxeira. Faltou gás? Macaxeira traz. A feira não foi feita, cadê Macaxeira? E o sorriso largo a acompanha-lo, a boa conversa chegando junto com ele, em resumo, um símbolo de Bananeiras, um nome absolutamente ligado à terra de Seu Ramalho e de Dona Marta.
2 Comentários
É FANTÁSTICO!!!!
Depois do Jornal Nacional de ontem,
o QUÊ O Fantástico vai mostrar hoje?
Pois é, a “caixa preta” do BNDES
voltou à cena.
E no fundo encontraram pedra
que virou vidraça.
Ou será feitiço que se virou contra
os feiticeiros?
O Brasil perdeu um dos juristas mais importante do País.
Além de jurista, um amigo.
Perda irreparável.