GALINHA DE CAPOEIRA
Fazia tempo que o último galho de mato verde havia desaparecido. De verde mesmo só os juazeiros, que, teimosos, não derrubavam suas folhas. Quatro anos sem chuvas e a matutada comendo o feijão encruado dos americanos. Um feijão duro, que passava dois dias na panela e só se tornava comestível depois de pisado no pilão.
Não havia mais comércio. As poucas bodegas fecharam as portas por falta de estoque. Os fiados não pagos levaram Diolindo Mandaú, Zé Alvelino, Luizinho Arapapaca, Zé Domingos, Antonio Conrado, João de Tertu, Adauto, Pedro Sobreira, João de Teté, Zé Galego e outros menos votados a uma falência absoluta.
Sobrevivia Zé Brejeiro com a sua cachaça de raiz. Mas é perfeitamente explicável tal milagre. Os bebuns sempre encontravam um jeito de pagar pela lapada de cana ou pelo tira-gosto de preá.
O Governo fez promessas. Uma atrás da outra. Até que, não tendo mais como empurrar com a barriga, mandou a Sudene implantar frentes de serviço nas estradas poeirentas de Princesa e Manaíra.
Turmas e mais turmas de trabalhadores foram formadas e espalhadas pelas estradas. Faziam manutenção de buracos, abriam picadas no mato e, à noite, durante o descanso, bebiam cachaça e contavam histórias de amores idos.
A casinha do alto da serra despontava no horizonte além . Nela se abrigavam duas lindas irmãs. Moças inocentes e prendadas, que passavam o dia sozinhas, cantando modas patrióticas, enquanto os pais davam plantão na frente de trabalho.
Os dois apontadores de trecho foram atraídos pela cantiga penosa: “Eu te amo, meu Brasil, eu te amo/ meu coração é verde, amarelo, branco, azul marim”.
Elas faziam dueto, primeira e segunda voz. E quando cantaram com plateia pela primeira vez, sentiram-se nas nuvens.
E os dois fãs ardorosos, ouvindo e batendo palmas, foram convidados para comer a galinha de capoeira que cheirava na panela de barro.
Depois da galinha…
E A VACINA?
Uma dúvida me invade a alma: Terei sido vacinado com uma vacina vencida, fora do prazo de validade? Espero que não, até porque fui agraciado com as duas doses da Coronavac da Butatan e disseram que os lotes vencidos se referem a outra marca de vacina.
Pelo sim, pelo não, vou continuar tomando as minhas doses de conhaque de alcatrão de São João da Barra.Afinal, como dizia finado Ciço de Adauto, “seguro morreu de velho”.
NIVER DE EDINEIDE
Edineide, amiga do peito, viúva do meu amigo/irmão Vavá Lima, aniversariou esta semana e para ela mando meu abraço e expresso o desejo de vê-la por muitos e incontáveis anos repetindo aniversários.
6 Comentários
Tião, sabe que o amigo na foto de perfil no momento da vacinação está parecido todinho como min. Paulo Guedes? Juro de pés juntos.
O Tour de France é transmitido para
130 paises, tem mais de 3,5 milhões
de telespectadores. E todos esses
paises, e toda essa gente devem
ter visto, ontem, durante mais uma
etapa da prova o momento em
que os ciclistas encontraram escrito
na pista, com letras enormes um
protesto: FORA BOLSONARO.
É na Eurocopa não foi diferente, nas
arquibancadas as faixas de protesto
também se fizeram presentes.
O presidento alcançou o auge da
fama! Se tornou um grito com
alcance internacional!
Bunitão, já que tu estás tendo a felicidade de morar em Bananeiras, siga logo o meu conselho antes tarde demais: despeje o resto deste São João da Barra na pia da cozinha – ou mesmo na latrina – e se aproxegue com a Rainha. Essa gororoba que tás elogiando e tomando, mesmo batida no liquidificador com ovo p inteiro, mel de rapadura e limão n]ao faz aquele efeito que tás pensando não… E o mais grave, no efeito reverso, irás brochar definitivamente. Meu primeiro sogro morreu agarrado com esse tal “conhaque do milagre” que é pior do que Dreher e morreu sem ter a alegria de ver a ‘bezerrinha’ se alegrar de novo. Vá por mim, meu amigo!!!
O ESTADÃO ontem publicou uns
documentos provando que a
propina não era de 1 dólar.
Os documentos provam que
o preço original da vacina era
de 10 dólares. Com as ” negociações ”
passaram a custar 15 dólares.
E ainda queriam acrescentar mais
um “extra” de 1 dólar?
Safadeza sem limites!
O editorial de hoje do Estadão
manda recado para os 4 Bolsonaro:
” …..Ninguém está acima da lei”
“….Não existe imunidade ou
impunidade por parentesco….”
A imprensa conservadora arregalou
os olhos?
Uma empresa fundada em junho,
e que tem apenas 3 funcionários,
tteria como vender e entregar
400 milhões de doses de vacina?
Surgem novos possíveis personagens
nesta história macabra Covaxin.