DOMINGUEIRAS DO TIÃO

ISAÍAS DO CÁGADO

Isaías do Cágado gostava de aboiar durante as madrugadas de antigamente. Sua voz era bonita e tinha um som de saudade. Ele vivia jogado pelas calçadas, embora os seus conhecidos jurassem que tinha família e tivera amores

Fora apaixonado por Maria, uma morena formosa que o trocou por Benedito, branquelo feioso, de pernas tortas, com jeito de sedutor.

Os mais antigos diziam que Isaias nunca mais teve juízo depois desse desgosto de amor.

Também nunca mais trabalhou.

Vivia do que lhe davam, bebia o que os outros consentiam e, quando a bebida fazia efeito, cantava aboios tristes como se quisesse, com eles, afogar as mágoas e desenterrar da memória lembranças que lhe doíam no peito.

Ninguém sabe quando morreu. Ou se morreu. Dizem que se encantou. O sofrimento teria santificado seus pecados e lhe dado salvo conduto para morar num lugar onde Maria pudesse ser sua de novo, sem a ameaça de Benedito.

 

NIVER DE FERNANDO PIRES

Nos aproximamos em horas amargas, defendendo o bom caminhar do Estado. Viajamos, eu, ele, Aldo e Giovani, por sertões e por plagas distantes. E daí aprendi a admirar esse valoroso servidor público, homem digno e amigo solidário. Por isso, e mais do que por isso, faço o registro de mais uma primavera vivida por Fernando Pires, o auditor fiscal, o amigo, o homem de bem.

 

E ASSIM SE PASSARAM 83 ANOS

Vejam essa imagem, ela foi gravada há 83 anos, exatamente em 1938. Nela aparece, exuberante, o prédio do Tribunal de Justiça da Paraíba, quase do jeito como é agora, só que com outros personagens que não os da foto, já encantados, tanto os de dentro como os de fora. Vejam e concordem comigo: A nossa Capital seria mais bela se, a exemplo do Tribunal de Justiça, as outras casas e prédios de antigamente, cada um com sua história particular, não tivessem caído pela indiferença dos seus donos.