ÚRSULA
Feliciano Florêncio parou o burro de carga em frente à casa grande da fazenda e, antes de desmontar, ficou extasiado com o que viu: uma moça de cabelos longos, rosto bem definido, olhar que entrava na alma e não saía de lá.
Não teve olhos para mais ninguém, só para a moça, filha do fazendeiro, o maior fazendeiro do Riacho do Navio, nas bordas do Pajeú da Ingazeira.
O nome dela somente soube depois, quando perguntou ao vaqueiro que o ajudava a colocar a carga de mantimentos no burro: Úrsula.
E o nome ficou martelando na sua cabeça, dia após dia, noite após noite.
Uma semana, duas semanas, quase um mês depois daquela visão, e Feliciano pensando em Úrsula, querendo Úrsula. Nem comer direito conseguia de tanto pensar. Até que, não aguentando mais, selou o alazão, vestiu a melhor roupa e viajou ao Navio com a firme intenção de pedir a moça em casamento.
Esbarrou o cavalo no terreiro, o quase futuro sogro não estava, mas Úrsula, logo ela, estava ali para recepciona-lo.
Apressado, não esperou a chegada do pai, comunicou logo à filha a sua intenção. E ela, jogando água fria no entusiasmo do rapaz, lamentou: Estava comprometida com outro, a palavra do pai empenhada, compromisso oficializado.
Frustrado, Feliciano fez o caminho de volta.
E cuidou de arranjar outra noiva.
Mas sem tirar Úrusula da cabeça.
Um belo dia, o portador bateu na sua porta trazendo uma carta da mulher amada.
Nela, Úrsula se dizia arrependida do noivado e oferecia seu amor a Feliciano, caso ele quisesse. Bastava um sim para ela fugir ao seu encontro.
O coração bateu forte, mas ele não quis assim.
“Se você é capaz de trair a palavra do seu pai, não é a moça ideal para se casar comigo”.
E assim terminou o que nunca havia começado.
Mas a paixão acompanhou o moço durante dois casamentos e a velhice.
Morreu pronunciando o nome dela.
Úrsula.
ASSIS CAMELO
Quando cheguei a João Pessoa em 1975 Assis Camelo já era deputado. E o foi até não querer mais. Virou Procurador do Estado. E com o Procurador, já na condição de colega, convivi por anos a fio, tendo-o sempre na condição de meu Presidente da Associação dos Procuradores. Nos separamos num momento infeliz, quando a lábia da oposição levou-me a negar-lhe um voto, mas o revés, em vez de diminui-lo, só fez mostrar a sua grandeza.
Ele é o aniversariante da semana. Com direito a merecidas homenagens.
TOTONHO
Os daqui e de Maceió o conhecem pelo nome oficial:Dom Muniz Fernandes. Eu o chamo de Totonho. Totonho de Dona Guida, meu amigo de infância, um arcebispo que mantém a fala de matuto e o jeito simples do princesense. Nascido na Cabeça do Corpo e criado na Rua da Avenida, Totonho foi coroinhaa( eu também fui), seminarista, frade carmelita, bispo e depois arcebispo.
Ele é o outro aniversariante da semana.
2 Comentários
“DICA DA SEMANA:
– Um livro: Torto Arado, Itamar Vieira Junior
– Uma Música: ” Não enche” , Caetano Veloso.
– Um pensamento:” Em épocas de mentiras
generalizadas,
dizer a verdade é um ato
revolucionário” George Orwell”
Autor da Dica? @LRobertoBarroso
A postagem foi feita na 6afeira, 13,
no Twitter, e ontem, 14, no Instagram.
Está virando bagunça?
• cantor sertanejo diz que vai
dar “O Golpe”;
• ex-deoutado pastor diz que
também será preso. ( Deve estar
procurando um chamariz eleitiral(,
• Um general chama um ex-capitão
de ‘general”
• Depois de mais de 568 mil mortes
ainda falam que vai faltar vacina?
Cadê o troféu abacaxi do Chacrinha?