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Domingueiras do Tião

3 de outubro de 2021

ISAÍAS DO CÁGADO

O nome de batismo dele ninguém conhecia, pelo menos o grande público só o chamava de Isaias do Cágado. O motivo pelo qual o cágado entrou no nome ninguém sabe, tampouco  é sabido se ele estava inserido na certidão de nascimento. Vivia de beber e aboiar como se fosse um vaqueiro. E de correr atrás dos meninos que se postavam nas esquinas para gritar “Cágado Jabuti”.

Tinha um filho, Zé de Isaias,  que não vivia com o pai. Isaias morava nas ruas, dormia ao Deus dará, comia do que lhe davam e bebia cachaça em troca de aboios para divertir as pessoas.

Quando a cidade adormecia e o motor da luz era desligado, ouvia-se o seu aboio triste a percorrer os ares da cidade adormecida, como se fosse o pranto solitário de algum coração moribundo anunciando a sua solidão em desamor.

Os mais velhos contavam que nem sempre foi assim.

Diziam que Isaías fora um homem do eito, trabalhava de sol a sol e era muito requisitado pelos empregadores.

Não bebia, não fumava, era da casa para o trabalho e do trabalho para casa.

E tinha Maria como mulher.

A única mulher que chamou de sua.

Até que, um dia, Maria trocou Isaías por Benedito, um branquelo feio, desdentado, viciado em jogo de roleta, mas que pôs fogo no coração da morena ao ponto de fazê-la abandonar casa, marido e certidão de casamento para viver amigada com o amante.

Foi demais para Isaías, que a partir dali entregou-se ao relento das ruas, às chacotas dos meninos e aos aboios em troca de lapadas de cachaça.

Dizem que morreu sozinho e que por muitos anos seu aboio, feito alma penada, assombrou os notívagos que vagavam pelas ruas escuras de Perdição.

 

NIVER DE ZÉ DUARTE

O amigo José Duarte Lima completou 60 janeiros. O tempo passa. Zé eu vi menino e menino continuou a ser durante esse tempo todo. Mas agora é um respeitado sexagenário com cara de menino, com energia de menino e disposição para continuar no batente jornalístico, compartilhando com seus leitores a boa informação, a informação isenta de paixões e de tendências.

Ao amigo, o meu sincero abraço, lembrando a ele que não esqueci aquele nosso combinado para um churrasco regado a cerveja quando se der o encontro da gente em Princesa.

 

GONZAGA HONORÁRIO

O Instituto Histórico e Geográfico Paraibano – IHGP -, tem dois novos sócios efetivos, eleitos nesta sexta-feira, dia 2. São os historiadores Francisco Cartaxo Rolin, que obteve 25 votos e ocupará a Cadeira 13, anteriormente pertencente ao Padre Ermando Teixeira de Carvalho, e a professora Eliete Gusmão que recebeu 21 votos, assumirá a Cadeira 36, anteriormente ocupada pela historiadora Natércia Suassuna.

As posses de ambos ainda não foram marcadas. Participaram 28 sócios efetivos da eleição que começou às 8h00 e foi concluída às 11h30. A Comissão eleitoral foi composta pelos sócios Renato Cesar, Jean Patrício e José Nunes.

Na ocasião, o presidente do IHGP, Ramalho Leite, anunciou que havia sido aprovado o título de Sócio Honorário ao jornalista Gonzaga Rodrigues e ao padre José Floren, biografo de padre Ibiapina.

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3 Comentários

  • Reply José Duarte Lima 3 de outubro de 2021 at 08:16

    Grato, caro amigo Tião Lucena. Além de cerveja, tem uísque 12 anos especialmente reservado para o amigo, que combinaremos com conversa boa e música. Abraço sertanejo.

  • Reply Delfos 3 de outubro de 2021 at 09:07

    A Verdade Nua e Crua:

    Do escrito,r e jornalista, Marcelo
    Rubens Paiva sobre o ocorrido
    ontem na Av. Paulista:

    “Ciro vem construindo essa vaia
    desde 2018”.

  • Reply Delfos 3 de outubro de 2021 at 20:23

    Ontem, em um posto de vacinação,
    eu presenciei uma cena inquietante:
    um idoso de aparência muito
    humilde tentava se vacinar. Pelo
    que pude observar ele não tinha
    feito agendamento, e apelava
    para uma das atendimentos que
    conferiam documentação para
    receber a vacina. A moça com
    muita paciência disse para ele:
    ” assim não tenho como ajudar
    o senhor”.
    Eu ouvi a conversa e entendi na
    hora o que estava acontecendo:
    aquele idoso pobre, como milhares, talvez milhões,de pobres por esse
    país, não possue documentação.

    O que será destas pessoas que,
    por falta de um documento
    provando a sua própria existência,
    não terão acesso à vacinação?

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