CADA UM TEM O ÍDOLO QUE MERECE
Há um deputado na Paraíba que tem Lampião como ídolo. O idolatra tanto que ostenta um quadro com a foto do bandoleiro no seu gabinete e se anuncia como o segundo Capitão Virgulino Ferreira.
Nada contra ou a favor. Cada um tem o direito a seu ponto de referência. Lampião, por exemplo, jamais seria o meu. Não gosto de bandido. E Lampião era um bandido, um cangaceiro, um assassino e um ladrão.
Li muito sobre o cangaço. Veja uma das leituras:
Os cangaceiros extorquiam e matavam impiedosamente. Sequestros, extorsões e estupros faziam parte de uma rotina diária. Por muitas vezes castraram homens em plenas feiras livres, marcando com faca as orelhas dos infelizes como se marca porco. Também, estupravam e depois ferravam as mulheres no rosto e nas nádegas, como se marca boi. O mais perverso e famoso foi o criminoso Virgulino Ferreira da Silva, vulgo lampião.
A equação macabra do cangaço foi: Cangaço = homicídios + latrocínios + chacinas + formação de quadrilha + pistolagem + roubos + extorsões + sequestros + estupros + ferro em brasa no rosto e nas nádegas das mulheres + castrações de homens + requintes de perversidade x 1.000 = Lampião e seus cangaceiros.
Tem também esse relato:
Manoel Francisco de Brito conhecido por Manoel Salina, era proprietário da Fazenda Almêcega, a 18 Km da sede do município de Jeremoabo. Em outubro de 1932, o Sr. Manoel Salina recebeu um bilhete de lampião, que exigia a importância de 5 contos de réis. Embora a importância significasse grande sangria na economia doméstica da família, Salina mandou entregar ao quadrilheiro o dinheiro exigido. Meses depois lampião, novamente passando pelas proximidades da Fazenda Almêcega, despachou outro bilhete para o velho Salina no qual exigia mais uma vez quantia igual à anteriormente estipulada. Desta feita Salina envia ao bandido apenas metade do que este havia solicitado, alegando dificuldades, família numerosa, compromissos, a seca, a quebradeira geral em que estavam mergulhados os sertões. Lampião, recebeu o dinheiro, mas não ficou satisfeito e mandou um recado ameaçando o Sr. Salina de morte, quando se encontrassem frente a frente.
Diante da ameaça e aconselhado por amigos e familiares, Sr. Salina decidiu estabelecer-se em Jeremoabo, onde poderia viver com segurança, pois Jeremoabo possuía um numeroso contingente de policiais e, lampião não entrava na cidade, porém, vivia pelas redondezas.
A cada semana mandava um dos filhos até a fazenda para ver em que pé estavam as plantações, as criações, as cabras, os bodes….., porém, o Sr. Salina começou a enfrentar problemas financeiros, pois vivia ociosamente em Jeremoabo e, decorridos alguns meses da ameaça, estando a plantação de mandioca madura para ser colhida, Salina resolveu fazer um adjunto com filhos, parentes e amigos, a fim de arrancar tudo de uma só vez, fazer a farinha e voltar correndo para Jeremoabo. Reuniu ferramentas, sacos, animais e caçoás com 5 filhos, 3 sobrinhos e 4 vizinhos.
Quando estavam fazendo a farinhada, lampião chegou ao local, agarrando o chefe de família, cercando toda a propriedade sem dar tempo a que nenhum deles conseguisse escapulir.
O velho foi amarrado. Um dos filhos imediatamente assassinado com um tiro de parabelo na cabeça. O segundo tem a mesma sorte: também tomba por tiro de igual arma, à queima-roupa. O terceiro que fora mandado subir no telhado para destelhar a casa, por nome Fabiano, ao observar a família ser friamente assassinada, pula e dispara mata a dentro, conseguindo escapar dos tiros que lhe são desfechados, não parando senão em Jeremoabo onde tenta conseguir socorro.
Escapam 2 filhas, conhecidas por Moça e Dá-Nega, para que fossem contar aos comandantes das volantes o que acabavam de assistir. Uma caiu sem sentido; a outra a tudo assistiu e foi quem narrou, com detalhes, a ocorrência em Jeremoabo, o sofrimento de sua família nas mãos de medonho sicário.
Os amigos de Salina, que se achavam presentes ao adjunto da farinhada, por nomes Boa Batata, João Grande e Antonio Batata, foram sumariamente fuzilados, juntamente com os filhos de Manoel, no mesmo instante.
O velho a tudo assistia, paralisado, talvez desejando que o quadro que se desdobrava em sua frente não passasse de atroz pesadelo.
Terminada a chacina e ateado fogo em tudo o que ali existia, Lampião arrebata Salina e corta-lhes as orelhas, castra-o, arranca-lhes as unhas, arrebenta todos os dentes, fura-lhes os olhos e o obriga a montar, assim mutilado, no lombo em pelo de animal e com ele dirige-se à casa de outro dos seus filhos, Ulisses. Este residia a alguns quilômetros do local da chacina, na fazenda Bandeira, de Ângelo Bandico, de quem era vaqueiro.
Ulisses, de 23 anos, casado com a filha de Severo da Malhada Velha, era pai de filha de apenas 2 meses. Antes de chegar a sua porta, Lampião reuniu o grupo, colocou Salina no meio sem que o filho tivesse conhecimento do estado em que o velho se encontrava, mostrou-o e acabou de matá-lo em uma descarga. Em seguida mandou abrir o corpo do mutilado a talho de facão, arrancar-se o coração e colocá-lo no terreiro ao lado do cadáver. E a malta hedionda também assassina Ulisses e arriba a galope.
Foi realizado um inquérito policial, sendo um drama jamais visto. Choravam os filhos, chorava a viúva, choravam os parentes e amigos e chorava toda a população.
Fonte Minuto Sertão
ACIRES E NEREIDE ESTÃO CHEGANDO
Viajando por terras espanholas, os amigos Acires e Nereide, que moram em São Paulo, anunciam próxima vinda a Paraíba. Eles já conhecem João Pessoa, mas pretendem, agora, conhecer Bananeiras, terra do frio e da boa cachaça.
Lhes mostrei a foto da cidade e eles ficaram encantados com tanta formosura.
MAGUILA VAI DE SOPA
E por falar em Bananeiras, chegou-me indagorinha, via vereador Ramon Moreira, a foto de Maguila devorando uma cumbuca de sopa no Bar de Dona Beta. Aliás, somente bar não, dona Beta é dona de um bonito restaurante e detentora de um tempero único na região do brejo. Lá você come bode, picado de bode, galinha, carne assada, carne guisada e, claro, bebe aquela cachacinha no capricho.
Maguila é de Cajazeiras. Foi estudar em Bananeiras, formou-se, apaixonou-se, casou-se e nunca mais saiu do lugar. Mora numa bela granja localizada na Baixa do Lindolfo e nas sextas-feiras percorre o caminho de volta pra casa passando por Dona Beta e de lá visitando outros 11 bares, sempre com aquele sorriso aberto e a voz que o tornou famoso como cantor de samba e de forró.
PÂMELA, OUTRA VÍTIMA DA INGRATIDÃO DE BOLSONARO
É ingratidão demais, minha gente. Além de Julian, esquecido pelo Bozo nessa visita do presidente ao Nordeste, Pâmela Bório também não foi lembrada. Logo ela, que malhou em praça pública, gritou e urrou que ele era o poço da divindade e enviado de Deus para defender os frascos e comprimidos. Nem em Recife ela foi chamada, o que me faz tristemente concluir que o Capitão não quer mais nada com ela.
ZENÓBIO, SÓ UM SUSTO
A deputada Camila Toscano distribuiu nota dizendo que seu pai, o prefeito Zenóbio Toscano, sofreu realmente um AVC isquêmico, mas que o problema foi de logo contornado com uma intervenção cirúrgica.
Durante a semana, o prefeito foi vítimado por forte emoção ao se deparar com uma ação do Ministério Público pedindo a justiça o bloqueio dos seus bens por detectar irregularidade em licitação.
MAIS QUE MERECIDO
Paulistano de Nascimento e Paraibano de coração, Doutor e Mestre em Direito Marcelo WEICK Pogliese é o novo presidente da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (ABRADEP), Instituição Nacional com Sede em Brasília, que congrega Advogados, Juízes, Procuradores, Promotores, Professores e Servidores da Justiça Eleitoral.
12 Comentários
Tião, no bar de D. Beta você pode comer tudo, menos tomar a” danada da cachaça”.
Se esse País fosse sério Zenobio do hospital era pra ir direto pra cadeia já que o inferno o rejeitou.
Não sabia que Lampião era tão cruel. Deus do céu! Bandido da pior estirpe.
Grande Maguila!
Fomos contemporâneos. Fiz o curso técnico em agropecuária e Maguila fez cooperativismo.
Não sabia que o mesmo tinha ficado em Bananeiras!
Como tem puxa saco neste país….não precisa falar de Lampeão ja temos vários Lampiões. Um deles esta preso.Falam de Lampião em prosa e verso e orgulhosamente como se tivesse um feito para os menos favorecidos e o Brasil.Nada contra Nordestino….porem deveriam ter vergonha de falar destes cabras que so falam em maxismo valentia e coisas mais….estamos aqui em 14 pessoas e todas não querem nem ouvir falar destes sujeitos que é a vergonha do Brasil
queria ver esse nosso lampião daqui ele de volta a Rio Grande đo Norte seria muito melhor para toda a paraiba
Oxente, Sebastião e eu cresci ouvindo pai dizer que Lampião era um justiceiro, cabra macho e valente. Se pai fosse vivo, com certeza, diria hoje, que o velho “Lampa” era um verdadeiro “TAMPA DE FURICO” !!!
Vi dizer que Lampião era também muito caridoso, é verdade Tião Lucena?
Pras negas dele
O Guevara também é idolatrado pela juventude . Cada povo tem seu ídolo . Estudar a história ninguém quer.
Já estudei muito sobre o Cangaço e sinceramente, não consigo entender como um delegado de polícia tem tanta admiração por um bandido. Não há outra denominação para Lampião, quase todos os historiadores assim o definem, praticamente tudo que se lê sobre Lampião trata das mais severas perversidades. Dá pra contar nos dedos de uma mão os escritores que o defendem, a exemplo do padre Frederico Bezerra Maciel.
Ou o nobre deputado é burro ou então é bandido, não encontro outras alternativas para tamanha admiração.
Lampião era uma moça. Nunca saiu do armário. Segundo Zé Góis, do clã dos pereira, ele atirava nos volantes durante o dia e, na calada da noite, engabelava Maria Bonita e se atirava nos braços de Jararaca. Levou três carreiras de Zé Pereira e uma camada de pau em Mossoró. Ficou desorientado de vez e acabou tomando no cu na Gruta dos Angicos, Bahia.