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DOMINGUEIRAS DO TIÃO

26 de maio de 2019

CADA UM TEM O ÍDOLO QUE MERECE

Há um deputado na Paraíba que tem Lampião como ídolo. O idolatra tanto que ostenta um quadro com a foto do bandoleiro no seu gabinete e se anuncia como o segundo Capitão Virgulino Ferreira.

Nada contra ou a favor. Cada um tem o direito a seu ponto de referência. Lampião, por exemplo, jamais seria o meu. Não gosto de bandido. E Lampião era um bandido, um cangaceiro, um assassino e um ladrão.

Li muito sobre o cangaço. Veja uma das leituras:

Os cangaceiros extorquiam e matavam impiedosamente. Sequestros, extorsões e estupros faziam parte de uma rotina diária. Por muitas vezes castraram homens em plenas feiras livres, marcando com faca as orelhas dos infelizes como se marca porco. Também, estupravam e depois ferravam as mulheres no rosto e nas nádegas, como se marca boi. O mais perverso e famoso foi o criminoso Virgulino Ferreira da Silva, vulgo lampião.

A equação macabra do cangaço foi: Cangaço = homicídios + latrocínios + chacinas + formação de quadrilha + pistolagem + roubos + extorsões + sequestros + estupros + ferro em brasa no rosto e nas nádegas das mulheres + castrações de homens + requintes de perversidade x 1.000 = Lampião e seus cangaceiros.

Tem também esse relato:

Manoel Francisco de Brito conhecido por Manoel Salina, era proprietário da Fazenda Almêcega, a 18 Km da sede do município de Jeremoabo. Em outubro de 1932, o Sr. Manoel Salina recebeu um bilhete de lampião, que exigia a importância de 5 contos de réis. Embora a importância significasse grande sangria na economia doméstica da família, Salina mandou entregar ao quadrilheiro o dinheiro exigido. Meses depois lampião, novamente passando pelas proximidades da Fazenda Almêcega, despachou outro bilhete para o velho Salina no qual exigia mais uma vez quantia igual à anteriormente estipulada. Desta feita Salina envia ao bandido apenas metade do que este havia solicitado, alegando dificuldades, família numerosa, compromissos, a seca, a quebradeira geral em que estavam mergulhados os sertões. Lampião, recebeu o dinheiro, mas não ficou satisfeito e mandou um recado ameaçando o Sr. Salina de morte, quando se encontrassem frente a frente.

Diante da ameaça e aconselhado por amigos e familiares, Sr. Salina decidiu estabelecer-se em Jeremoabo, onde poderia viver com segurança, pois Jeremoabo possuía um numeroso contingente de policiais e, lampião não entrava na cidade, porém, vivia pelas redondezas.
A cada semana mandava um dos filhos até a fazenda para ver em que pé estavam as plantações, as criações, as cabras, os bodes….., porém, o Sr. Salina começou a enfrentar problemas financeiros, pois vivia ociosamente em Jeremoabo e, decorridos alguns meses da ameaça, estando a plantação de mandioca madura para ser colhida, Salina resolveu fazer um adjunto com filhos, parentes e amigos, a fim de arrancar tudo de uma só vez, fazer a farinha e voltar correndo para Jeremoabo. Reuniu ferramentas, sacos, animais e caçoás com 5 filhos, 3 sobrinhos e 4 vizinhos.

Quando estavam fazendo a farinhada, lampião chegou ao local, agarrando o chefe de família, cercando toda a propriedade sem dar tempo a que nenhum deles conseguisse escapulir.
O velho foi amarrado. Um dos filhos imediatamente assassinado com um tiro de parabelo na cabeça. O segundo tem a mesma sorte: também tomba por tiro de igual arma, à queima-roupa. O terceiro que fora mandado subir no telhado para destelhar a casa, por nome Fabiano, ao observar a família ser friamente assassinada, pula e dispara mata a dentro, conseguindo escapar dos tiros que lhe são desfechados, não parando senão em Jeremoabo onde tenta conseguir socorro.

Escapam 2 filhas, conhecidas por Moça e Dá-Nega, para que fossem contar aos comandantes das volantes o que acabavam de assistir. Uma caiu sem sentido; a outra a tudo assistiu e foi quem narrou, com detalhes, a ocorrência em Jeremoabo, o sofrimento de sua família nas mãos de medonho sicário.

Os amigos de Salina, que se achavam presentes ao adjunto da farinhada, por nomes Boa Batata, João Grande e Antonio Batata, foram sumariamente fuzilados, juntamente com os filhos de Manoel, no mesmo instante.

O velho a tudo assistia, paralisado, talvez desejando que o quadro que se desdobrava em sua frente não passasse de atroz pesadelo.

Terminada a chacina e ateado fogo em tudo o que ali existia, Lampião arrebata Salina e corta-lhes as orelhas, castra-o, arranca-lhes as unhas, arrebenta todos os dentes, fura-lhes os olhos e o obriga a montar, assim mutilado, no lombo em pelo de animal e com ele dirige-se à casa de outro dos seus filhos, Ulisses. Este residia a alguns quilômetros do local da chacina, na fazenda Bandeira, de Ângelo Bandico, de quem era vaqueiro.

Ulisses, de 23 anos, casado com a filha de Severo da Malhada Velha, era pai de filha de apenas 2 meses. Antes de chegar a sua porta, Lampião reuniu o grupo, colocou Salina no meio sem que o filho tivesse conhecimento do estado em que o velho se encontrava, mostrou-o e acabou de matá-lo em uma descarga. Em seguida mandou abrir o corpo do mutilado a talho de facão, arrancar-se o coração e colocá-lo no terreiro ao lado do cadáver. E a malta hedionda também assassina Ulisses e arriba a galope.

Foi realizado um inquérito policial, sendo um drama jamais visto. Choravam os filhos, chorava a viúva, choravam os parentes e amigos e chorava toda a população.

Fonte Minuto Sertão

ACIRES E NEREIDE ESTÃO CHEGANDO

Viajando por terras espanholas, os amigos Acires e Nereide, que moram em São Paulo, anunciam próxima vinda a Paraíba. Eles já conhecem João Pessoa, mas pretendem, agora, conhecer Bananeiras, terra do frio e da boa cachaça.

Lhes mostrei a foto da cidade e eles ficaram encantados com tanta formosura.

MAGUILA VAI DE SOPA

E por falar em Bananeiras, chegou-me indagorinha, via vereador Ramon Moreira, a foto de Maguila devorando uma cumbuca de sopa no Bar de Dona Beta. Aliás, somente bar não, dona Beta é dona de um bonito restaurante e detentora de um tempero único na região do brejo. Lá você come bode, picado de bode, galinha, carne assada, carne guisada e, claro, bebe aquela cachacinha no capricho.

Maguila é de Cajazeiras. Foi estudar em Bananeiras, formou-se, apaixonou-se, casou-se e nunca mais saiu do lugar. Mora numa bela granja localizada na Baixa do Lindolfo e nas sextas-feiras percorre o caminho de volta pra casa passando por Dona Beta e de lá visitando outros 11 bares, sempre com aquele sorriso aberto e a voz que o tornou famoso como cantor de samba e de forró.

PÂMELA, OUTRA VÍTIMA DA INGRATIDÃO DE BOLSONARO

É ingratidão demais, minha gente. Além de Julian, esquecido pelo Bozo nessa visita do presidente ao Nordeste, Pâmela Bório também não foi lembrada. Logo ela, que malhou em praça pública, gritou e urrou que ele era o poço da divindade e enviado de Deus para defender os frascos e comprimidos. Nem em Recife ela foi chamada, o que me faz tristemente concluir que o Capitão não quer mais nada com ela.

ZENÓBIO, SÓ UM SUSTO

A deputada Camila Toscano distribuiu nota dizendo que seu pai, o prefeito Zenóbio Toscano, sofreu realmente um AVC isquêmico, mas que o problema foi de logo contornado com uma intervenção cirúrgica.

Durante a semana, o prefeito foi vítimado por forte emoção ao se deparar com uma ação do Ministério Público pedindo a justiça o bloqueio dos seus bens por detectar irregularidade em licitação.

MAIS QUE MERECIDO

Paulistano de Nascimento e Paraibano de coração, Doutor e  Mestre em Direito Marcelo WEICK Pogliese é o novo presidente da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (ABRADEP), Instituição Nacional com Sede em Brasília, que congrega  Advogados, Juízes, Procuradores, Promotores, Professores e Servidores da Justiça Eleitoral.

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12 Comentários

  • Reply cicero de lima e sousa 26 de maio de 2019 at 06:27

    Tião, no bar de D. Beta você pode comer tudo, menos tomar a” danada da cachaça”.

  • Reply Arnaldo Leite 26 de maio de 2019 at 07:52

    Se esse País fosse sério Zenobio do hospital era pra ir direto pra cadeia já que o inferno o rejeitou.

  • Reply Paulo 26 de maio de 2019 at 08:30

    Não sabia que Lampião era tão cruel. Deus do céu! Bandido da pior estirpe.

  • Reply Neto Caetano 26 de maio de 2019 at 09:44

    Grande Maguila!
    Fomos contemporâneos. Fiz o curso técnico em agropecuária e Maguila fez cooperativismo.
    Não sabia que o mesmo tinha ficado em Bananeiras!

  • Reply Francisco E Ferreira 26 de maio de 2019 at 10:45

    Como tem puxa saco neste país….não precisa falar de Lampeão ja temos vários Lampiões. Um deles esta preso.Falam de Lampião em prosa e verso e orgulhosamente como se tivesse um feito para os menos favorecidos e o Brasil.Nada contra Nordestino….porem deveriam ter vergonha de falar destes cabras que so falam em maxismo valentia e coisas mais….estamos aqui em 14 pessoas e todas não querem nem ouvir falar destes sujeitos que é a vergonha do Brasil

  • Reply William 26 de maio de 2019 at 13:21

    queria ver esse nosso lampião daqui ele de volta a Rio Grande đo Norte seria muito melhor para toda a paraiba

  • Reply INÊZ DA SERRA 26 de maio de 2019 at 16:02

    Oxente, Sebastião e eu cresci ouvindo pai dizer que Lampião era um justiceiro, cabra macho e valente. Se pai fosse vivo, com certeza, diria hoje, que o velho “Lampa” era um verdadeiro “TAMPA DE FURICO” !!!

  • Reply Juan Baptista 26 de maio de 2019 at 18:19

    Vi dizer que Lampião era também muito caridoso, é verdade Tião Lucena?

    • Reply Sebastião 26 de maio de 2019 at 18:31

      Pras negas dele

  • Reply [email protected] 26 de maio de 2019 at 23:38

    O Guevara também é idolatrado pela juventude . Cada povo tem seu ídolo . Estudar a história ninguém quer.

  • Reply Hélio Pereira 27 de maio de 2019 at 07:37

    Já estudei muito sobre o Cangaço e sinceramente, não consigo entender como um delegado de polícia tem tanta admiração por um bandido. Não há outra denominação para Lampião, quase todos os historiadores assim o definem, praticamente tudo que se lê sobre Lampião trata das mais severas perversidades. Dá pra contar nos dedos de uma mão os escritores que o defendem, a exemplo do padre Frederico Bezerra Maciel.
    Ou o nobre deputado é burro ou então é bandido, não encontro outras alternativas para tamanha admiração.

  • Reply aldo lopes de araujo 27 de maio de 2019 at 11:42

    Lampião era uma moça. Nunca saiu do armário. Segundo Zé Góis, do clã dos pereira, ele atirava nos volantes durante o dia e, na calada da noite, engabelava Maria Bonita e se atirava nos braços de Jararaca. Levou três carreiras de Zé Pereira e uma camada de pau em Mossoró. Ficou desorientado de vez e acabou tomando no cu na Gruta dos Angicos, Bahia.

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