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Domingueiras do Tião

17 de julho de 2022

O AMOR DE XANDUZINHA

Xanduzinha dormia e acordava com seu coração em dúvida. Não sabia se escolhia o preferido do seu pai ou o da sua mãe. O pai gostava de Severiano, acadêmico de Medicina, rapaz de futuro. A mãe simpatizava com Marcolino, estudante de Direito, dado a valentias, sem muito futuro. Os dois eram bonitos, Severiano, mais comportado, um moço de bom tamanho e de feições nobres; Marcolino levava o jeito debochado do sertanejo, largado, abusado, com dois olhos azuis a desafiar o mundo.

Em Patos de Irerê era a mais bonita e cobiçada do lugar.

O pai, o mais rico da região, servia de barreira para os gulosos olhos dos menos afortunados.

Só dois tinham chances nessa briga. Dois universitários, dois primos, dois jovens de inquestionáveis qualidades e de questionáveis vocações.

E Xanduzinha no meio dessa guerra, sem saber o que fazer, sem poder decidir.

Até que os primos, que dividiam os espaços de morar e viver, concluem que cada um tem que viver a sua vida.

Ambos morando  no distante reino de Salvador, para receber no futuro os diplomas universitários, tinham que se submeter ainda a muitos percalços para alcançar o sonho.

Marcolino avisa a Severiano:

– Vou embora, isso aqui não é pra mim.

Entre curioso e alarmado, Severiano termina concordando. Mas faz um último pedido:

– Você me entregaria essa carta a Xanduzinha?

Era uma carta de amor, de promessas, de esperanças, de pedido de casamento.

Marcolino, sem a menor cerimônia, abriu a correspondência, leu e a rasgou.

E em Irerê, ao se encontrar com Xandu, contou:

-Recebi uma carta de Severiano pra você, abri, li e rasguei porque quero ser seu marido. Você aceita?

Xanduzinha aceitou.

Os dois se casaram e viveram felizes para sempre.

Até letra de música ganharam:

 

“O Caboclo Marcolino tinha oito boi zebu

Uma casa de varanda, dando pro Norte e pro Sul

O paiol tava cheinho, de feijão e de andu

Sem contar com mais uns cobres

Lá no fundo do baú

Marcolino dava tudo

Por um cheiro de Xandu.

 

 

SOBRE PADRE LEVI

O leitor Valberto José (foto) envia, via Marcos Maivado Marinho, mensagem corrigindo texto de ontem sobre Padre Levi. Eu disse no texto que Padre Levi fora prefeito de Estaca Zero e Valberto, em boa hora, lembrou que o saudoso e santo padre dirigiu os destinos de Jerimum, aquele pedaço de cidade localizado no pé da Serra do Teixeira.

 

 

KLEBER E GRACINHA

Kleber e Gracinha são dois amigos da gente. Nos aproximamos durante as viagens comandadas pelo reverendo Edilberto por esses sertões afora e nos achegamos mais depois de saber que ela é filha do saudoso Doutor Lourival Ferreira, ex-promotor de Princesa.

Ontem houve aniversário de casamento dos dois e Kleber saudou a sua a sua amada assim: “Todos os dias é dia de Graça, mais hoje será um dia cheio de Graça, porque estamos completando 45 anos de união matrimonial. Juntos, com as Bênçãos do Senhor e de Nossa Senhora do Rosário, construímos uma vida profissional estável e uma família linda e maravilhosa com 2 filhos  e  2 filhas e 6 netos. GRAÇA!!! Te amei,  te amo e te amarei para sempre. Saiba que o amor é do coração. Rumo as Bodas de Ouro!!! Beijos de  Kleber.”

 

MARTA E RAMALHO

Esbanjando juventude e alegria de viver, Marta e Ramalho, Ramalho e Marta, exemplos de amor sem fim.

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