LAVAGEM DE HONRA
Que fique registrado o pequeno intervalo entre esses acontecidos e a lavagem de honra protagonizada pelos irmãos Dos Reis, que tantos comentários provocaram nas reuniões dos fuxiqueiros.
Os três irmãos, agindo sob as rigorosas ordens da matriarca da família, se armaram e mataram a irmã adúltera. Mataram também o amante dela, um belo mancebo da alta sociedade, casado com moça de rica família, mas insaciável quando o assunto era consolar mulheres carentes.
A segunda tragédia foi menos rumorosa porque, em vez de tiros disparados a queima roupa num bar da cidade, foram usados disparos abafados embaixo de uma cama e faca a cravar o corpo da infeliz nas paredes do muro da casa onde morava.
A moça tinha três irmãos e era apontada como exemplo de formosura.
Casara com Venceslau por escolha direta dos pais. O marido, viajante que passava quinze dias em casa e quinze no meio do mundo, não sabia que nas ausências prolongadas a doce esposa suspirava entre os lençóis sonhando com braços quentes a lhe mitigar ardentes desejos.
Até que apareceu Otacílio, meio loiro, jeito rebelde, casado com a devotada Ozanira, já pai de filhos, mas sempre disposto a uma caridade.
O tempo passava, a esposa solitária deixara de reclamar, passara a se vestir com vaidade e a sorrir.
Os irmãos, desconfiados, a vigiavam dia e noite.
Na noite da festa da padroeira ela não esperou pelo leilão do padre, atração maior das quermesses. Reclamou de uma dor de cabeça e avisou que ia se recolher.
Saiu e dali a pouco os irmãos foram atrás.
Bateram na porta, insistiram e tanto insistiram que a porta foi aberta e diante deles apareceu uma sonolenta e abusada irmã a reclamar das batidas àquelas horas da noite.
Foi empurrada para dentro, segurada e levada para um canto da sala. Feitas as buscas, Otacílio foi encontrado debaixo da cama, empunhando uma faca. Atiraram nele e Otacílio, na agonia da morte, ainda feriu a perna de um dos agressores.
Ela correu para o muro dos fundos e começava a subir a parede quando o irmão do meio cravou a faca nas suas costas.
Depois, fugiram.
No dia seguinte o povo, ainda assustado, viu o desfile de dois enterros, cada um saindo de ruas diferentes.
O casal foi enterrado em covas separadas.
E os matadores, mais tarde submetidos a júri, inocentados em nome da honra.
O marido enganado é que não gostou.
Tanto não gostou que nunca mais pôs os pés na cidade.(Do livro Perdição, que escrevi mas não sei se vou publicar)
CABO TENÓRIO
Ao seu lado vivi muitas aventuras. Até sócios de escritório chegamos a ser. E o tempo se encarregou de solidificar uma amizade que desafia o tempo. Tenório de Seu Terto, o velho amigo que reencontrei esta semana na Capital e com ele relembrei passagens de nossas vidas já amareladas pelo tempo.
CHICO HOMENAGEADO
Esta semana, durante as comemorações pelo 75 anos da Câmara Municipal, com destaque para o lançamento do livro do mano Edmilson Lucena, Chico Franca recebeu dupla homenagem: Em nome dele, como ex-prefeito da Capital e em nome do pai, Damásio Franca, o eterno prefeito de João Pessoa.
TAVINHO TAMBÉM
Outro homenageado foi Tavinho Santos, ex-presidente da Câmara. Tavinho já foi tudo na vida e mais um bocado: Jogador de futebol, cantor imitador de Tim Maia e vereador. E como ainda é um moço novo, poderá chegar a prefeito e, quem sabe, a governador.
EMANUELLE E FLÁVIO
Amanhã é dia de festa na vivenda da irmã Neci, no Geisel, em comemoração ao aniversário da filha dela e sobrinha minha, Emanuelle. Festa pela metade, convém dizer, porque lá não estará Flavão, o outro aniversariante, que foi chamado às planícies divinas para ensinar o BEABÁ do bom guardado aos santos que lá residem.
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