TRAGÉDIA DE AMOR
O dia 29 de junho amanheceu debaixo de muita festa, de muita música tocada pelos pifeiros de Jericó, contratados por Pedro Fogueteiro para animar o seu aniversário. Pedro nasceu no Dia de São Pedro e aproveitava a data para se homenagear e render graças ao santo.
A festa durava o dia inteiro e emendava com a noite. Novenas eram rezadas pelas compenetradas beatas da igreja Nossa Senhora do Bom Conselho, sob os acordes do cabaçal de Seu Neném de Jericó, mas a garotada gostava mesmo era dos balões e rodas de fogo do aniversariante, tido e havido como o maior fogueteiro da região.
No Sítio Caldeirão, zona rural da cidade, o agricultor José se sentava à cabeceira da mesa para o tradicional jantar de São Pedro. A mesa retangular e comprida estava cheia de manguzá, cuscuz, macaxeira, galinha guisada e dois enormes bules com café. Ele de um lado, a esposa ao lado dele e ao redor da mesa os cinco filhos tinham acabado de agradecer a Deus pela fartura e se preparavam para comer. Lá fora a fogueira acesa alumiava o terreiro e esquentava o couro do cachorro vadio.
Gonzaga não cumpriria o ritual das festas anteriores. Não iria ao Cancão ver os fogos de Pedro Fogueteiro, nem se lembrava mais das anedotas que contava nas esquinas da cidade, tampouco comprara as balas que costumava distribuir com as crianças. Saiu de casa à boquinha da noite com destino a Caldeirão. Levava na cabeça a decisão de cobrar com sangue a honra da filha ultrajada.
Fernando tinha 21 anos e namorava Verinha, de 12. O namoro era consentido pela família, por isso causou espanto quando a menina comunicou aos pais o acontecido. A paixão desenfreada quebrou as barreiras do namoro e descambou no inexorável. A reparação teria que ser pelo casamento e o pai impôs essa obrigação primeiro aos pais dele e depois ao próprio autor do descaminho.
O rapaz prometeu casar-se, mas não se casou. Fugiu para o Sul e no Sul ficou. Gonzaga Cacimba ainda o procurou na cidade grande, mas foram duas viagens em vão. Foram dois anos de buscas infrutíferas, de conversas jogadas fora, de promessas não cumpridas. Até que lhe comunicaram a novidade: o rapaz ia casar-se com uma sulista.
A porta da casa estava aberta para por ela entrar o calor da fogueira e por isso o visitante não teve que chamar o tradicional “ó de casa”. Entrou, olhou para os surpresos comensais e, sem dizer uma palavra, sacou os dois revólveres que carregava na cintura e disparou 12 vezes.
Os corpos de José Alves, da esposa e dos cinco filhos ficaram espalhados pela sala.
Consumado o crime, Gonzaga remuniciou as armas, guardou-as e saiu tranquilamente, sendo tragado pela noite.
Morria também, naquele instante, o alegre e bonachão Gonzaga. E nascia, a partir dali, o famigerado “Mata Sete”.
COM TROCOLLI E ROGAL
O Prazer de reencontrar Trocolli Júnior e Sebastião Rogal ontem à noite, na festa de lançamento dos livros de Dominguinhos e de Emanuel Arruda no Mag Shopping. Trocolli remoçou depois que deixou a política. Basta olhar a fisionomia.
SEM TEIXEIRINHA
Quem lembra é William Olegário, o maior pesquisador dessa terra: Já se passaram 37 anos da morte de Teixeirinha. A data é lembrada porque ele morreu exatamente num dia como o de hoje.
1 Comentário
Cadê TAVINHO.??. Alegro-me por rever TROCOLLI. A velha Paraiba se transforma e,daqui do Ceará vejo.Em termos de votar certo,isso ainda não tem feito.Salvo em relação ao LULA-Lá. Nosso Ricardo, o Coutinho,continua injustiçado,não só pela justiça como tambem pelos paraibas impedernidos.Espeço sejam acordados a tempo. Vejam o exemplo de Antonio Mariz,quando votaram nele de verdade,seu tempo aqui na terra havia chegado ao final e perdemos de ganhar tudo o que foi. O MAIOR PARAIBANO DO SÉCULO 20.