NOITE DE ANO
Réveillon era palavra desconhecida para nós. A festa recebia o pomposo nome de “Noite de Ano” e era bastante animada pelos balões coloridos de Tozinho e pelos fogos de lágrimas que Pedro Fogueteiro mandava aos céus, para chorarem o adeus do ano velho.
A Rua Grande se enchia de jovens a caminhar pelo centro, uns namorando de mãos dadas, outro espiando, com olhar pidão, as meninas em flor que passavam ao largo.
No clube da cidade, o conjunto de Manoel Marrocos tocava “Ai Moraria”, dando compasso aos passes de dança de Antonio Gordão e Pata Choca. Lá na ponta da rua, Manoel Tocador e João Caiti animavam o “bolo doce”, no qual dançavam os desgarrados da sociedade que não tinham espaço no baile dos ricos.
A rua principal era enfeitada de bandeirolas coloridas. O centro ficava tomado pelas barracas de pau a pique, cobertas de palhas de coqueiro, onde se bebia a legítima brahma da antarctica e comia-se galinha de capoeira assada, mais dura do que sola de sapato.
Cecília Mandaú montava o seu banco em frente à loja de Severino Almeida. O bolo de Cecília era o melhor da região. O velho Miguel Fotógrafo dele comprava e levava para a farra da meninada, que o esperava ávida na casinha do Cancão.
Pelas pedras da Lagoa da Perdição, mocinhas ainda virgens perdiam os seus segredos entre as locas, saindo dali mulheres parideiras. Everaldo Maia campeava o mulheril e já naquele tempo mostrava habilidade com o “bisturi”.
Os padres Carmelitas armavam um pavilhão gigante em frente ao convento, com palco ao fundo e mesas ao redor. As belas mocinhas ricas dançavam o pastoril, havendo a disputa para ver quem vencia, se o cordão azul ou o encarnado. Enquanto isso, os ricos da cidade exibiam suas fortunas arrematando galinhas e garrafas de vinho no leilão cantado por Parajara, a mando de Frei Anastácio. Tinha nêgo que alisava o couro da bunda de tanto arrematar. Um menino do Cancão fez um lance fantasma ganhando a prenda pelo tamanho do valor. Quanto o leiloeiro deu-lhe uma, deu-lhe duas e deu-lhe três, descobriu que não havia arrematante, pois o dito já corria a léguas, com o mocotó batendo na bunda, pelas vielas do Escorregou, Tá Dentro.
E a festa chegava ao climax com a chegada de Seu Miguel trazendo os bolos de Cecília, que eram comidos pela gurizada na grande mesa da cozinha, tendo a acompanhá-los o café quentinho, torrado no caco, que dona Emília fervia na “chaleira” de zinco fabricada por Joaquim Gomes.
BODE E CUSCUZ
Neste sábado houve a última reunião do ano com os conterrâneos e afins, todos apreciadores de um bom cuscuz com bode. Foi no bar de Dona Francisca, em Mangabeira. Cuscuz, bode, rabada, café pingado e bons papos enfeitaram o encontro, que contou com as participações de Yure Mariano, Tadeu Florêncio, Luciano Arroz, Edmilson Lucena, Sebastião Gerbase e o Tião Bonitão que vos fala.
No encontro ficou decidido uma viagem a Princesa, agora em janeiro.
NIVER DE TENÓRIO
O grande Tenório Carvalho, o cabra mais arretado daqui e de alhures, comemorou aniversário na véspera de ano
3 Comentários
Tô confundindo Tenório Carvalho com Tenório Cavalcante,um sei que estar à lhures,o Cavalcante o Carvalho deve estar bem,pois mostra-se novão.
O dia 01.01.2023 será marcado como o dia da INFÂMIA…
Vergonha de ser brasileiro!!!!
PARA OS MIMIZEIROS E CHORÕES, LIXA NÚMERO 03!