A ACADEMIA E O ARREPENDIMENTO DE HILDEBERTO
A minha intenção, que depois virou decisão, foi a de não abordar política nas Domingueiras. A semana inteira já é o bastante, de modo que o domingo deve ser reservado a assuntos mais amenos.
Mas aí surge o problema: Como ser ameno em tempos tão estranhos?
O mundo virou de cabeça pra baixo, ninguém mais se entende, tampouco se ama. E quando diz que ama, não ama, por debaixo dos panos esconde algum interesse inconfessável, nada de amor absoluto, total, de entrega sem contrapartida.
Fica difícil, mas vamos lá.
Durante a semana o crítico literário e acadêmico Hildeberto Barbosa fez ao menos duas publicações nas redes sociais se referindo a Academia Paraibana de Letras e, nas entrelinhas, deixou claro que se arrependeu da imortalidade.
Até sugeriu mudanças nos critérios de escolhas dos futuros imortais.
Quando li seu escritos e as repercussões , senti que nessa segunda parte faltou o palpite de um colega seu de imortalidade. Muitos se manifestaram, nenhum acadêmico apareceu. E não me digam que essa ausência é ditada pela falta de intimidade dos velhinhos acadêmicos com as mídias, porque a maioria deles já aderiu e convive bem com a modernidade. A partir do colega aqui da página, o presidente Ramalho Leite. E mais lá pra frente o multimídia Abelardinho Jurema, gente fina e fina gente, bem como Helder Moura, dono de um blog, igual ao meu, dedicado a política partidária.
Ninguém falou porque não comunga com o pensamento de Barbosa. O bom é continuar como está, sem bulir e sem mexer, com os imortais sendo escolhidos a dedo, obedecendo o critério da simpatia pessoal do eleitor e não pelos méritos literários do candidato .
Para consolo de Hildeberto, informo que seu arrependimento não é um sentimento solitário. Antes dele outro imortal já havia sentido a mesma coisa. Pena que tenha morrido. Falo de Otávio Sitônio Pinto.
E é porque eu não queria falar de política.
O VELHO SEM NOME
Pedro Macedo Marinho é um vigilante das coisas de nossa cidade. E este flagrante é dele. Na foto, o senhor sem nome, de cabelos brancos e jeito de abandono, confessa ao improvisado fotógrafo que dorme numa marquise do Ponto de Cem Réis e faz suas necessidades no local, ao ar livre, porque na cidade antiga não existe banheiro público.
Sem comentários.
2 Comentários
EIS O RETRATO FIEL DA SOCIEDADE QUE SE DIZ SOLIDÁRIA E CRISTÃ! EM IGUAL QUADRO OS POLÍTICOS E ASPIRANTES REMUNERADOS QUE, DO DINHEIRO RESULTANTE DOS IMPOSTOS E DO TRABALHO DA POPULAÇÃO, INVESTEM DEZ E GASTAM VINTE PARA PUBLICAR NAS MÍDIAS E OUTRO TANTO PARA GARANTIR OS ALTOS SALÁRIOS SEUS E DOS SEUS CAUDATÁRIOS, INCLUINDO-SE AS VANTAGENS E “DIREITOS ADQUIRIDOS”, VERBAS INTÓCÁVEIS, POIS SOMENTE SE PODE MEXER, PARA REDUZIR, NO FRUTO DO TRABALHO DOS SOMENTE “PATULEUS” OBRIGADOS AO VOTO E AO PAGAMENTO DE TUDO QUE FAZ DOCE, PLENA E PLANA A VIDA DOS DIGNITÁRIOS, ESPECIALMENTE SUSTENTADOS PELA IGNORÂNCIA PÚBLICA QUE SEMEIAM E CULTIVAM.
Antigamente funcionava um banheiro público no Pavilhão do Chá. Sempre que ouço falar nesse assunto, fico pensando nos amplos banheiros públicos que funcionavam em Roma e a privacidade zero na hora H, digo, na hora de KH.