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Domingueiras do Tião

15 de janeiro de 2023
O ESPELHINHO MÁGICO

Quando ver joelho de mulher se constituía tarefa das mais difíceis, J F criou, em Princesa, uma técnica muito inteligente de olhar as calcinhas das moças através de um espelho redondo, muito usado pelos rapazes da época para retocar os cabelos cheios de brilhantina.

O espelho era colado estrategicamente na parte de cima do sapato, de modo a permitir uma visão ampla dos segredos femininos, quando o pé era colocado bem abaixo dos mocotós das mulheres.

Era tiro e queda. Dia de feira, de muito movimento, lá estava F e os outros se aproximando da mulherada e colando os seus pés nas fronteiras dos calcanhares que deveriam ser observados. O danado eram os comentários: sabiam com detalhes das cores das calcinhas da Zefinha da Moça Branca, da carreira de botão que fechava lateralmente a caçola de Maria do Riacho do Meio, o sinal avermelhado que uma outra tinha bem perto da “zona da mata” e até aquela montanha de pelos que circundava a gorducha periquita de Marta do Michila.

Elas parece que gostavam das investidas, porque não reclamavam, mesmo havendo na cidade o zum-zum-zum patrocinado pelos próprios autores.

Eu era ainda meio abestalhado, já que tinha pouco mais de 12 anos. Mesmo assim, Valtinho de Aluízio Maraba me convenceu a instalar um desses espelhos acima do meu sapato, para, como disse ele, ver as priquitas das donas. Eu jamais tinha visto um bicho desses, nem mesmo em revistas, já que naquela época não chegavam por aquelas bandas publicações contendo fotos de mulheres peladas. Tampouco a televisão era captada nas bandas da Borborema.

Movido pela curiosidade, colei o tal espelhinho e me dirigi para a feira, onde, como já disse, havia movimento, para por em prática o observatório erótico. Cheguei perto da banca de cocadas e quebra-queixo do meu tio Zé Cazuzão, na mesma hora em que Duda do Escorregou Tá Dentro, uma morena fornida, grandona e bunduda, pedia um sanduíche de pão francês com cocada de goiaba. Eu me aproximei, enfiei o pé debaixo do dela e, olhando para o espelho, pedi um também. Não tive tempo de receber o pedido porque um tabefe me alcançou na banda da orelha, que me fez sair rodando pelo meio fio.

O espelho se espatifou. E eu, derrotado, humilhado e envergonhado, bati em retirada na direção do Cancão, meu esconderijo de morada.

Passei uma semana sem botar os pés do lado de fora. Até que, no sábado seguinte, dia de feira novamente, estava sozinho em casa quando Duda apareceu perguntando por minha mãe. Disse-lhe que ela fora à feira, já preocupado com a possibilidade dela ter aparecido lá para fuxicar. Duda entrou, me puxou pela gola da camisa, me levou para o quarto, jogou-me no chão, levantou a saia, arrebitou o abanhado da calcinha, sentou-se em cima de mim com fogo e raiva e, depois de encaixar a coisa preta na minha amedrontada varinha de pecados ainda em formação, gritou, furiosa:

-Num queria ver priquito? Pois veja agora, seu safado!

 

VAVÁ BRILHOU

Vavá da Luz virou colunável. Somente esta semana apareceu em três eventos festivos ao lado de sua lia e da numerosa prole. Até tocador de saxofone apareceu para enlevar um jantar especial à luz de velas.

Pense num véi assanhado!

 

ROGAL NA POSSE

O ex-vereador Sebastião Rogal foi presença de destaque na posse do conselheiro Nominando Diniz como presidente do TCE. Tirou fotos com o empossado e com as principais figuras da sociedade tupiniquim.

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1 Comentário

  • Reply José 15 de janeiro de 2023 at 11:28

    Afinal, Tião, só vistes ou escorregou e entrou?

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