É CARNAVAL!
Ando preguiçoso, ronceiro, quase parado no tempo e no espaço. Os anos pesam, avisa aqui do lado a companheira de todas as horas. Deve pesar, pois lembro que, não faz muito tempo, ansiava pela chegada do carnaval e participava ativamente do chafurdo. Hoje me contento com a contemplação do passado e, quando muito, aceito uma lapada de qualquer coisa para esquentar o que está frio.
A TV mostra os desfiles das escolas de samba. Durante o dia mostrou foliões com arremedos de animação. Dava pena ver o esforço do repórter querendo exibir uma alegria que só existia no microfone dele.
Lá pras bandas de Jacumã conta-se maravilhas dos dias de momo. Meu confrade Marcos Maivado Marinho se resguarda em Carapibus com sua inseparável “rainha”, enquanto Bigu, dono da Budega da Paz, avisa que acabou seu estoque de mortadela já no primeiro dia.
Mas lá pra baixo, nas areias de Jacumã, o quadro não mudou. Continua o mesmo daqueles anos loucos que me levavam de mala e cuia para o Litoral Sul no mês de fevereiro. Barracas espalhadas pela areia e pela grama dão o tom. Na água antes límpida da praia, não é raro encontrar elementos estranhos boiando e colidindo com as bundas e testas de colombinas ressacadas. E as orquestras de frevo, antes tão requisitadas e aplaudidas, cedem lugar para os Aloks da vida.
Não preciso dizer que mudei de endereço. Vim para as montanhas do brejo atrás do frio que só passa depois da quinta dose. Por aqui quase não se fala em carnaval. Não fosse o esforço do herói Maguila e sua orquestra de frevo cantando e tocando marchinhas do passado, eu diria que o carnaval por essas bandas seria “um rio que passou na minha vida”.
Mas que é bom, é. E como é! A gente dorme que faz gosto,até rezar, reza.
A única coisa que incomoda é o encompridamento das noites. Elas demoram a acabar. Imaginem vocês que ontem fui dormir às sete (ou 19, como queiram), dormi de enfadar, sonhei todos os sonhos possíveis e imagináveis e, quando abri os olhos pensando em ver o raiar do novo dia, ainda era ontem.
Mas, como dizia aquele famoso e saudoso futebolista, “isso são os ossos do orifício. Pior seria se pior fosse.
Então vamos curtir o domingo carnavalesco. Com direito a banho de cuia e chuva de maisena no ar.
MAGUILA NO FREVO
Eu falei sobre Maguila. E ele ontem deu o seu recado na Praça de Bananeiras. Acompanhado pela Orquestra Alma Latina, cantou todo seu repertório de frevos e marchinhas carnavalescas das antigas.
NIVER DE MANOELITO
Quem aniversariou na semana que termina hoje foi o jornalista e apresentador Manoelito Freire, aqui na foto com Neno de Lero, o maior divulgador da história e dos acontecimentos sociais da Várzea, da Paraíba, do Brasil e do mundo.
1 Comentário
POIS TÁ CERTO!