MEU PAI
Quando papai morreu ele era mais novo do que eu sou agora. E hoje eu sou mais velho do que papai era quando morreu. Talvez por isso eu ache que ele morreu muito jovem, pois me considero um menino de apenas 71 anos.
Já faz muito tempo. Desde aquele triste 24 de dezembro de 1984 já se passaram 39 anos, quase a idade da minha filha mais velha, única que papai alcançou, ainda criança de colo.
Sempre foi um cara durão, trabalhador incansável, homem do eito, acostumado a derrubar um partido de jurema preta numa semana, ele sozinho com sua foice de aço curtido fabricada por Firmino Ferreiro na sua forja movida a carvão de lenha.
Quando mais jovem, na roça da juventude, tomava café da manhã com beiju. E a “manteiga” passada no beiju era pimenta malagueta esmagada.
Um dia ficou viúvo jovem com um filho de quatro anos para criar. Migrou para Princesa e conheceu Emília. Os dois casaram e vieram mais nove filhos, eu puxando a fila logo atrás de José, o que veio com ele de Alagoa de Baixo.
Criou a todos, com o trabalho na roça e o apurado aos sábados da sua máquina fotográfica lambe-lambe.
Quando a feira terminava, se enfiava no bar de Arlindo e bebia. Quebrava o chapéu na testa e só ia pra casa quando a meninada puxava o caminho. Lá Emília o recebia com o caldo de carne de boi regado a pimenta e pirão. Era a única diversão do “velho”.
Soube criar os filhos pregando o amor, a honestidade e a determinação de vencer sem desgrudar do bom caráter que seria o norte e o sul de todos eles.
Até que adoeceu. E adoeceu pra morrer. Chegou a João Pessoa com o puxado no peito, foi internado e do hospital saiu morto.
Ainda no hospital recebeu a visita do senador Humberto Lucena.
– O senhor sabe que é meu parente? – indagou o senador.
E o velho Miguel Lucena, com cansaço e tudo:
-Saber eu sabia, mas nunca disse a ninguém, pois não ia me gabar de ser parente de gente importante”.
A saudade continua batendo forte, meu velho! Só Deus sabe e eu sinto.
AMIGOS ETERNOS
Encontrei essa foto nos meus arquivos. O remetente é Geordie Tampa de Furico Filho, que está nela ao lado de Eduardo Mayer, atual promotor de Princesa, do Tião Bonitão na outra ponta e entre o Tião e Eduardo, Fred Menezes, aniversariante da semana.
Aliás, Fred, que é o secretário de comunicação de Monteiro e por isso vive lá o tempo todo, está prometendo uma visita a João Pessoa, para, comigo e Geordie, revivermos aquelas tertúlias do cariri de tantas recordações.
E LÁ NO CUSCUZ DO ZÉ AMÉRICO…
Fui lá para conferir e gostei do que vi. O cuscuz do Zé Americo é muito ótimo demais, principalmente se a mesa estiver repleta de conterrâneos como a da foto. Carlos Eduardo, o grande “Pata Choca” das danças inesquecíveis do Clube Recreativo Princesence, Marcos Burrego, da nova geração, o Tião Bonitão que vos fala e Tadeu Mendes Florêncio, o maior relações públicas das coisas de Princesa aqui na Capital. Antes estivera aí o manairense Gaudêncio Cabral, que comeu o cuscuz vexado porque a mulher o chamava à casa para levá-la a um compromisso inadiável.
1 Comentário
Feliz dia dos pais! Um abraço meu amigo, que Deus lhe abençoe.