RAPARIGAL DA MINHA TERRA!
Foto Google
O sol mal se escondia nas águas do Sanhauá e acendiam-se as luzes da Maciel Pinheiro. Os sobrados e casas menores ganhavam vida, a rua se enchia de gente, mulheres elegantes se postavam em frente aos casarões a chamar os que passavam a entrar e ver de perto as coisas boas da vida.
De repente um grito ecoava na avenida: “Raparigal da minha terra!” Era o desembargador Júlio Rique, vestindo o seu melhor terno, exibindo sua melhor gravata e cobrindo as partes inferiores com a sua famosa cueca samba-canção começando o seu discurso de aniversário.
Dali a pouco o som inconfundível do sax do coronel Belmont iniciava a festa no Night Cassino.
A mais famosa de todas as casas era a de Hosana, palco da festa do desembargador com a presença da mais alta sociedade de João Pessoa.
Ali só entrava quem tivesse bom guardado. Só tinha vez de desembargador pra cima. Usineiro tinha dinheiro, mas precisava tomar banho para se achegar a uma das meninas. E que meninas! Vestiam longos, renovavam os guarda-roupas todos os sábados e sabiam dançar as valsas que Dedé, no saxofone, tocava durante as tertúlias.
Foi nessa casa que o jovem Sabino Ramalho, depois de receber gorda mesada dos pais, chegou acompanhado do primo Euclides e, após entrarem, foram abordados por uma orgulhosa Hosana:
-Vocês querem o que?
-A gente quer se confessar. O padre já chegou? – respondeu um Euclides abusado e com cara de rico.
Depois de Hosana, visitava-se Lourdinha da Royal, Laura, o Night Cassino e Antonina, que não perdiam em elegância, animação e belas mulheres para Hosana. Foi em Antonina que Oscar, um sertanejo de Santana dos Garrotes que vivia por aqui estudando, se encontrava em companhia de uma bela moça, quando na mesa ao lado sentou-se um usineiro. O tal, que trazia consigo um capanga, confiou no poder do dinheiro e começou a chamar a companheira de Oscar para sua mesa. Diante da insistência, Oscar perguntou se a moça queria ir. Como ela disse que não, foi até lá e pediu respeito. O jovem usineiro levantou-se querendo briga e Oscar o fez sentar-se com três tiros de bereta no peito.
A casa de IRENE eu ainda alcancei aberta. Era frequentada pela alta boemia da cidade e do Estado.
O jovem Luiz Humberto, conhecedor ao vivo das coisas de antigamente, conta o que costumava ver naquele tempo:
“O pessoal estribado do BB e do BNB gostava mais do cabaré de Maria Buchim, situado num prédio antigo na esquina da Rua da Areia, próximo à Casa de Irene. É que Maria Buchim atraia a clientela com a oferta de “cabaços” de meninas novas. Os fregueses especiais eram avisados por telefone sobre as encomendas.”
Havia outros cabarés muito visitados nas adjacências – o Beco dos Milagres e o Beco do Zumbi. Na Maciel Pinheiro destacavam-se o New York e Normélia .
Aos jovens chegados do interior para estudar, sobravam as meninas desamparadas das esquinas dos Correios, da Praça Pedro Américo e da Lagoa.
O sertanejo Zé Euflávio ingerira uma meiota de cachaça na Fava do Ibraim da 13 de Maio , e, como sobraram alguns trocados da mesada enviada pelo pai, achou por bem procurar consolo para sua solidão na chamada cidade baixa.
Encontrou uma mocinha, cotó dos dois braços, que aceitou seu convite. Pagou, gostou, repetiu, pagou de novo e, na terceira vez ouviu a mensagem de amor:
-A partir de agora não precisa pagar mais. Dou de graça.
Deu mesmo. E além de dar, pagava o quarto.
Foi seduzida pela “boniteza” do magro de Santana.
NIVER EM BRASÍLIA
O advogado Francisco Ferreira foi um dos convidados para a festa de aniversário do ex-ministro do STJ, Nefi Cordeiro, ontem em Brasília.
O aniversariante trocou a toga pela advocacia e tem como sócio parceiro na Paraíba o advogado Francisco Ferreira.
Na festa também foram anotadas as presenças de diversos ministros das Cortes Superiores, como Reynaldo Fonseca , Joel Ilan , Cuevas, todos do STJ, Brandão do TRF1 e Luciana Lossio, Ex-TSE.
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