REVENDO ZÉ AMÉRICO
Estou revendo José Américo e o seu “O Ano do Négo”. O homem era uma fera. Assumiu a Secretaria de Segurança do Governo João Pessoa e se mandou para o Vale do Piancó para comandar a ofensiva do Estado contra o Território Livre de Princesa. Escapou de emboscadas, passou privações de tudo durante a campanha armada e, ao final, foi um dos comandantes da revolução que derrubou o Governo Federal, sendo em seguida premiado com o cargo de ministro.
Estive com ele uma única vez no final da década de 70. Integrava o Comitê de Imprensa da Assembleia e acompanhei os membros da nova Mesa Diretora, com Evaldo Gonçalves à frente, numa visita ao ministro.
Ele recebeu a comitiva na sua casa do Cabo Branco. Estava sentado numa rede e conversou com todos. Fui apresentado como filho de Princesa e ele elogiou Zé Pereira. Até fiquei surpreso, achava que os dois eram inimigos, mas não eram.
Aqui no livro destaco a visita do juiz de Princesa ao Palácio da Redenção logo após a morte de João Pessoa. Ele fora colocado em disponibilidade por ter ficado ao lado de Zé Pereira e procurara o então presidente Álvaro de Carvalho para tentar reverter sua situação. Os ânimos estavam exaltados e quando a população soube da sua presença em Palácio, cercou o local querendo tirar desforra.
Zé Américo escoltou o homem pelo portão da frente e, quando saíram à calçada, populares e estudantes os esperavam aos gritos. Um dos estudantes destacou-se dos demais e atirou um ovo no juiz, errou e acertou no carro oficial. Imediatamente, Zé Américo determinou a sua prisão, logo depois revogada pelo próprio Zé . O estudante que atirou o ovo foi, mais tarde, desembargador e presidente do Tribunal de Justiça. Tratava-se do magistrado Aurélio de Albuquerque, que também conheci.
POSSE DE ALDO LOPES
Como era de se esperar, foi das mais concorridas a posse do amigo Aldo Lopes na Academia Paraibana de Letras. O auditório da APL se tornou pequeno para abrigar tanta gente. Intelectuais, poetas e conterrâneos do empossado marcaram presença.
EU, VAVÁ E ALBERTO
O jornalista Alberto Pessoa levou para Évora, em Portugal, os livros “No Tempo do Cangaço”, do Tião que vos fala e “O Livro Proibido de Vavá da Luz”, do homem do Ingá, além do de sua autoria “Trilhas”. E lá estamos, nós três, no 10º Encontro de Literatura Lusófonos na Biblioteca Pública de Évora.
O evento foi promovido pelo Nalap – Núcleo Acadêmico de Letras e Artes de Portugal em parceria com as editoras brasileiras Literarte – Associação Internacional de Escritores e Artistas e o ICÉ – Instituto Cultural de Évora, representados por Izabelle Valadares, Pedro dos Santos e Dom Nuno Barros.
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